Comecei há algum tempo a ler os contos da antologia de contos de 2016 lançados separadamente pela tor.com, mas como leio devagar as antologias e coletâneas — gosto de digerir os contos antes de partir para o próximo —, vou falar aqui dos primeiros da coletânea.
Mas, antes, uma constatação: eu ADORO essas capas dos contos da Tor :D
Começamos pelo conto Clover, da Charlie Jane Anders. Esse conto é muito interessante: conta a história do casal Anwar e Joe através dos olhos de Berkley, um gato que é dado aos dois um dia depois de se casarem, com a promessa de que teriam nove anos de sorte desde então. Após esse período, Berkley vê o casamento dos donos entrar em colapso e, para piorar tudo, a chamada de uma nova moradora, a gatinha do título, Clover, para disputar o seu espaço. No entanto, Clover alega já ter sido uma humana. É um conto muito bem escrito — para os padrões de quem está começando a ler em inglês e pode avaliar pouco isso — e muito bem ritmado em sua trama.
The art of space travel, da Nina Allan: Um conto mais longo e excelente. Narra, em primeira pessoa, a história de Emily. Ela trabalha em um hotel que está para receber, como hóspedes, dois astronautas que estão indo para Marte, em uma viagem só de ida. É a segunda tentativa de fazer isso, porque a nave espacial da primeira sofreu um acidente e não chegou ao destino. Além disso, a mãe de Emily sofre de Alzheimer, e guarda o mistério de quem é o seu pai — e tudo está interligado, de uma forma ou de outra.
The destroyer, da Tara Isabella Burton: Aqui conhecemos a história de uma menina nascida por geração espontânea através das artes de uma cientista meio maga, que passa a trabalhar para o César de uma Roma retrofuturista (pelo que entendi, hehe). Essa cientista transforma a filha, clone dela mesma, cada vez mais em uma androide, substituindo aos poucos suas partes orgânicas, e, refletindo o modo como trata a filha — nada nunca está bom o suficiente — ela passa a ambicionar cada vez mais com suas invenções, ao ponto de mudar o mundo. Pelo jeito essa coletânea só vai ter contos ótimos.
Traumphysik, da Monica Byrne: A personagem principal é uma cientista militar que é mandada para um atol, durante a Segunda Guerra Mundial. Lá, ela começa a desenvolver um estudo das leis da física dentro do mundo dos sonhos — por isso traumphysik, em alemão (o marido dela é alemão) ou dream physics: física dos sonhos. É um conto maluco, como deve ser para falar de sonhos, e o final é inesperado. Muito bom também.
The high lonesome frontier, da Rebecca Campbell: Para onde a água corre? Esse é o título da, digamos, música–tema do conto, inspirada por descobertas da ciência, e esse conto é a história de sua composição, perdida no tempo, passando por todas as suas regravações e as impressões e/ou modificações que a música trouxe aos ouvintes ao longo do tempo, de 1902 até 2068. É uma narrativa fragmentada e muito interessante. Embora não seja unanimidade entre os leitores, eu curti bastante esse conto.
Lullaby for a lost world, da Aliette de Bodard: Esse foi o conto que eu menos gostei até agora. Escrito em segunda pessoa, ele mostra a história de uma menina que foi morta por um feiticeiro, dono de uma mansão, e enterrada nos fundos da propriedade. Isso parece fazer parte do ritual que lhe traz seus poderes, inclusive, e a menina não é sua única vítima. Apesar de não ser um conto ruim, de forma alguma, seu azar é vir após os anteriores; é muito simples se comparado a eles.
Bom, é isso aí — esse foi o primeiro dos posts falando dos contos dessa antologia. Se você consegue ler em inglês, recomendo que compre esse e–book, especialmente porque ele está de graça na Amazon. A editora Tor faz a antologia dos contos publicados desde 2013, e esse ano, 2016, é o único que não está sendo cobrado, então aproveite enquanto pode.
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The destroyer, da Tara Isabella Burton: Aqui conhecemos a história de uma menina nascida por geração espontânea através das artes de uma cientista meio maga, que passa a trabalhar para o César de uma Roma retrofuturista (pelo que entendi, hehe). Essa cientista transforma a filha, clone dela mesma, cada vez mais em uma androide, substituindo aos poucos suas partes orgânicas, e, refletindo o modo como trata a filha — nada nunca está bom o suficiente — ela passa a ambicionar cada vez mais com suas invenções, ao ponto de mudar o mundo. Pelo jeito essa coletânea só vai ter contos ótimos.
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Traumphysik, da Monica Byrne: A personagem principal é uma cientista militar que é mandada para um atol, durante a Segunda Guerra Mundial. Lá, ela começa a desenvolver um estudo das leis da física dentro do mundo dos sonhos — por isso traumphysik, em alemão (o marido dela é alemão) ou dream physics: física dos sonhos. É um conto maluco, como deve ser para falar de sonhos, e o final é inesperado. Muito bom também.
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The high lonesome frontier, da Rebecca Campbell: Para onde a água corre? Esse é o título da, digamos, música–tema do conto, inspirada por descobertas da ciência, e esse conto é a história de sua composição, perdida no tempo, passando por todas as suas regravações e as impressões e/ou modificações que a música trouxe aos ouvintes ao longo do tempo, de 1902 até 2068. É uma narrativa fragmentada e muito interessante. Embora não seja unanimidade entre os leitores, eu curti bastante esse conto.
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Lullaby for a lost world, da Aliette de Bodard: Esse foi o conto que eu menos gostei até agora. Escrito em segunda pessoa, ele mostra a história de uma menina que foi morta por um feiticeiro, dono de uma mansão, e enterrada nos fundos da propriedade. Isso parece fazer parte do ritual que lhe traz seus poderes, inclusive, e a menina não é sua única vítima. Apesar de não ser um conto ruim, de forma alguma, seu azar é vir após os anteriores; é muito simples se comparado a eles.
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Bom, é isso aí — esse foi o primeiro dos posts falando dos contos dessa antologia. Se você consegue ler em inglês, recomendo que compre esse e–book, especialmente porque ele está de graça na Amazon. A editora Tor faz a antologia dos contos publicados desde 2013, e esse ano, 2016, é o único que não está sendo cobrado, então aproveite enquanto pode.
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