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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Glamour, de Alexey Dodsworth


Alexey Dodsworth não decepciona, não me canso de dizer isso. Disse na minha resenha de Dezoito de Escorpião, disse na de Extemporâneo, digo nessa agora de Glamour, o terceiro lançamento do autor no ano de 2016 — nesse ano, também saíram a segunda edição de Dezoito e O esplendor, ambos pela editora Draco. Glamour, no entanto, foi lançado como independente, e fico curioso em saber por quê... apesar de ter uma suposição sobre o o motivo:

Imagino que seja por causa do quanto essa obra seja fora da casinha, surtada, ousada e cheia de quebras de preconceitos para esfregar na cara da sociedade tradicional. Talvez seja por isso. (Só espero que ele tenha partido para a publicação independente por conta própria, e não que tenha sido rejeitado por editoras por esse motivo...)


Vamos começar, então, pelas protagonistas. Sim, “pelas"; são três mulheres.

A primeira delas é a Nemy–Z, uma drag–queen de uns 2 metros de altura, que está sempre montada. Outra é a Leonor, idosa e esposa de Nemy–Z, que luta contra um câncer terminal. E a terceira é Cassandra “Cassie" Johnson, a — segundo absolutamente todos, linda — filha transgênero de cabelos azuis das duas (e que me trouxe muita alegria ao aparecer na obra, já que ela também é protagonista de Extemporâneo — ou uma versão dela de outra realidade —, e é muito carismática).

A questão é que as três não são “só" isso, hehe. Leonor tem a voz, que torna impossível não obedecer a qualquer coisa que ela comandar; Cassie tem visões do futuro de fatos e de pessoas; e Nemy–Z parece ter algo em si muito maior do que isso tudo (e a revelação de seu poder, no fim do livro, me parece ser um dos bons motivos para o livro ter saído independentemente). Além disso, as três têm um grupo pop cover chamado As Iluminadas de Thanateros, são complexas e indistinguíveis de seres humanos reais, com suas qualidades e defeitos. Tá bom ou quer mais?

Então tem mais.

Os vilões também são memoráveis. Dentre eles, um candidato à presidência ultra–conservador chamado Jairo Volpi e um cadeirante misterioso mas, ainda assim, que rende cenas muito divertidas. Aliás, a escrita do Alexey é fantástica — fluida, cheia de surpresas e com momentos muito bem amarrados. Só senti um pouco de falta, no final, da reaparição ou mesmo da menção de um personagem que tem uma “conclusão" no fim do primeiro ato, mas aí também já pode ser o próprio autor quebrando minhas expectativas e fugindo do clichê, haha.

Outra coisa que me agrada nos livros do Alexey é a costura que ele faz entre eles. Todos têm elementos uns dos outros, personagens, menções ou mesmo temáticas que giram em torno de um “Sol", mas mesmo assim nada é repetitivo ou previsível, muito pelo contrário. Como (acho que posso dizer com certa segurança) ele trata de universos paralelos, cada realidade que ele nos traz é única e, à sua maneira, incomodamente próxima à nossa dos piores jeitos possíveis.

Nota 5 de 5, fácil. Dá mesmo vontade de ler tudo de novo para brincar de encontrar os elementos comuns.

Acho que vou fazer isso.

Mas, antes, vou ler o livro que falta, O esplendor.

Aguardem novidades :)

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Podcasts: Biblioteca de Bolso, CabulosoCast e Caixa de Histórias


Combo de literatura! Três deliciosos podcasts sobre nossos amados livros para vocês conhecerem!



Esse é o único podcast de Portugal que eu ouço. É apresentado pela Inês Bernardo e pelo José Mário Silva, e o programa sempre gira em torno de um convidado — numa conversa presencial —, seja autor ou personagem do mercado editorial português. Mas aí você pode se perguntar: então o quê isso interessa a nós, brasileiros? Primeiro, que o formato é o seguinte: o convidado escolhe 3 livros que marcaram sua vida. A partir daí, ele e os hosts discorrem sobre a história, sobre as lembranças que o livro traz, sobre os personagens, os momentos marcantes... Eles literalmente humanizam a obra. Para um escritor, isso é um excelente meio de aprender como marcar os leitores de maneira indelével.


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Ah, o Cabuloso... Esse foi, por muito tempo, o meu preferido... Mas, como assim, “foi"? É, “foi", porque acabou. Fico muito triste, mas é a verdade. Nesse exato momento ainda vai lançar uns episódios, mas o fim está oficialmente anunciado, e não demora. Ele é apresentado pelo Lucien o Bibliotecário, host que conseguiu manter sua identidade em segredo por muito tempo, rs. Além disso, na equipe oficial, tem a Priscilla Rúbia, a Domenica Mendes e o meu brother de SobrEscrever, o Lucas Ferraz. São programas mais longos, mais de 1 hora, às vezes mais de 2, hehe, mas o papo é sempre muito descontraído, seja sobre um livro — com uma parte sem spoilers e uma com —, sobre um autor — com a participação do mesmo, quando possível — ou sobre um estilo literário. Já foi quinzenal, já foi semanal, e, nesse finalzinho, está praticamente mensal. É um programa que vai fazer muita falta :'(


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Esse é um podcast peculiar. É apresentado pelo Paulo Carvalho, e é construído num formato diferente. Como o Paulo é autor, ele faz, na primeira metade do programa, um “audiolivro", geralmente do primeiro ou segundo capítulos, ou de um conto, se for o caso. Na sequência, ele sozinho ou com um convidado apresentam e discutem sobre a obra, sem spoilers, apresentando–a aos ouvintes. É um programa que faz parte da “família B9 de podcasts", de duração variável — às vezes 25 min, às vezes 45 min ou 1 h —, e semanal, e muito legal :D


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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Podcasts: Alô Ténica, AntiCast e BrainCast


Continuando os posts onde apresento os podcasts que eu assino, trago agora três programas dos quais não ouço absolutamente tudo o que lançam, mas que, ainda assim, gosto bastante.



Esse programa é produzido e apresentado pelo Léo Lopes, e é um spin–off do podcast Rádiofobia. Nele, o Léo dá dicas e divide sua experiência no tocante à edição, produção e publicação de podcasts — ou seja, é praticamente uma metalinguagem, um podcast sobre podcasts. O “ténica", sem o C, inclusive, é grafado e falado assim propositalmente, como um jargão. O Léo Lopes é um excelente produtor e comunicador, e acompanhar esse programa é indispensável para quem se dedica ao formato. O Alô Ténica é um podcast mensal, distribuído por um feed próprio mas também pelo feed do Rádiofobia.


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O AntiCast é um dos maiores podcasts brasileiros da atualidade. É apresentado pelo Ivan Mizanzuk e começou como um podcast de design — ou de antidesign —, mas acabou evoluindo para ser um programa sobre... tudo, desde memes até política, religião, literatura e cinema. São sempre programas longos, beirando as 2 horas de duração, e é semanal. Como não tem muita edição — no máximo a vinheta inicial, uma trilha de fundo e nada mais —, às vezes eles gravam sobre temas urgentes até mesmo um dia antes do lançamento do episódio. O Ivan deixa os convidados bem à vontade para exporem suas opiniões, mesmo sendo polêmicas, e isso traz um diferencial bem legal para o programa. Eu só não ouço mesmo os episódios sobre política, porque já estou, honestamente, de saco cheio disso, e filosofia, por não me interessar muito pelo tema quando discutido a fundo como eles fazem.


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Esse é o principal podcast do portal B9. É essencialmente sobre comunicação e entretenimento, e é apresentado pelo time Carlos Merigo, Luiz Yassuda, Cristiano Dias, Guga Mafra e Luiz Hygino. Os episódios do BrainCast têm em torno de 1h30, e são bem dinâmicos e descontraídos. Só não ouço tudo porque não são todos os temas que me atraem, não sendo tão interessado na área de comunicação, e tendo a ouvir os temas mais genéricos que acabam não sendo abordados pelos meus programas preferidos.


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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Podcasts: 30:MIN, 99Vidas e Agentes do L.I.V.R.O.


Como no post sobre os podcasts que eu ouço eu disse que comentaria sobre cada um, este é o primeiro post dessa série, onde apresentarei 3 programas dos quais ouço tudo o que lançam.



Este é um podcast de literatura, apresentado por uma equipe fixa de três pessoas — o Vilto Reis, a Cecília Garcia e o Jefferson Figueiredo — e editado pelo Luís H. Beber, que eventualmente participa também das gravações. Eles tentam sempre lançar programas dentro da casa dos 30 minutos de duração, e são os herdeiros, digamos assim, do antigo podcast LiteratusCast. São publicados pelo site Homo Literatus. Eventualmente aparecem convidados, mas não é o padrão.

O foco desse pessoal é mais a literatura realista, a mainstream, tendendo para a literatura clássica. Existem tanto episódios que falam de apenas uma obra como episódios falando de autores, temas, listas e duelos muito engraçados entre os participantes, onde um tenta desmerecer a escolha do outro, dentro de um tema. No começo acho que eles exageravam um pouco nas piadas, mas agora eles encontraram um equilíbrio legal. Altos níveis de japonezices, sapos alucinógenos e complexos de Napoleão inclusos.


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Dois temas são recorrentes na minha playlist de podcasts: literatura e videogames. Nesse segundo tema, o 99Vidas é o maior podcast do Brasil. Eles têm uma longa tradição — já estão no episódio 276 —, uma enorme base de fãs (às vezes apaixonados até demais) e lançaram até mesmo um game beat'em up side–scrolling (traduzindo kkk: um jogo de briga de rua em progressão lateral) baseado nos participantes do programa e nas piadas internas dos episódios.

O 99Vidas fala essencialmente de jogos antigos e da nostalgia relacionada a eles. Existem os episódios que falam de apenas um jogo ou uma personalidade do mundo dos videogames; os 2–Pak, que falam de dois jogos geralmente menores; os 4x4, que apresentam quatro coisas — jogos ou consoles, às vezes; os Estilo 99Vidas, que falam de coisas saudosas da época da infância; e os Pancadão, com trilhas sonoras dos jogos. Como todo programa grande, de qualquer gênero ou mídia, os quatro podcasters — Jurandir Filho, Izzy Nobre, Evandro de Freitas e Bruno Carvalho — parecem ter, em igual número, admiradores e haters.


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E voltamos à literatura. Esse é um podcast que eu gosto muito, porque a dinâmica dele é diferente — é sempre um bate–papo entre os dois hosts, Melanie e Thiago (à semelhança do gringo Sword & Laser e do brasileiro O Drone Saltitante, dos quais vou falar futuramente). Eles tratam exclusivamente de literatura especulativa — fantasia, ficção científica e terror. Infelizmente eles estão num hiato desde março, e espero que não desistam :(

O mais legal é que eles têm um entrosamento muito gostoso, e falam tanto de autores e obras quanto de aspectos da escrita. E eles fazem direto tags e listas, que todo mundo adora :D


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domingo, 6 de agosto de 2017

Um trecho marcante de Antônio Xerxenesky


“Quer uma menina para a noite? Ou prefere alguém mais experiente, alguém que esteja à altura de um homem como o senhor…?”
E escorregou a língua na orelha de Thornton, num prolongamento da palavra “senhor”. 
A face do xerife corou inteira. Não ficou claro se por vergonha ou raiva. Ele se levantou, jogando a mão de Maria para o lado, e parado ficou, como para dizer algo, mas nada disse. Tentou exibir o maior desprezo que era possível apenas com o olhar, pois homem vivido era Thornton. 
Ele sabia que naquela terra, que naqueles tempos, o que importava era o que os olhos diziam. Palavras não tinham significado para as pessoas. Eram mal utilizadas. Eram confusas. Eram pervertidas e profanadas por monstros que não sabiam o que fazer com a linguagem. O relevante estava na curvatura da sobrancelha, na tensão dos músculos da face, nas rugas que se formavam na testa. Na paisagem do rosto. Cada rosto era uma montanha 
ou uma floresta 
ou uma planície 
ou um litoral 
ou uma costa 
ou um cânion 
ou um deserto 
como o que cercava Mavrak.

Antônio Xerxenesky — Areia nos dentes



sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Podcasts que eu ouço


Quem me acompanha há mais tempo aqui no blog sabe que a mídia podcast tem ganhado um espaço cada vez maior no meu coração (e no tempo escasso tempo, hehe). Tanto é que eu comecei um podcast próprio —o Rock Pelo Mundo, no site Agregarium, onde eu apresento bandas de rock de diversos países—, e co–criei um com meus amigos Lucas e Matheus — o SobrEscrever, no site Leitor Cabuloso, onde discorremos sobre o ato de criar histórias com palavras.

Assim sendo, acho justíssimo apresentar a vocês os podcasts que eu acompanho, e talvez angariar mais alguns ouvintes para eles :)

Vou separá–los em duas categorias: aqueles que ouço todo e qualquer episódio; e aqueles que ouço dependendo do tema. Não que eu goste mais de uns do que dos outros, é que... mentira, eu gosto mais de uns do que dos outros mesmo, fazer o quê, haha, tenho que ser honesto. Além disso —além de apresentar a lista deles, agora—, vou esmiuçá–los um pouco mais ao longo de posts vindouros, até completar TODOS OS 49 PODCASTS QUE ACOMPANHO :)

Então eis as listas:


PODCASTS DOS QUAIS OUÇO TUDO
(estão em ordem alfabética; não de preferência)
  1. 30:MIN
  2. 99 Vidas
  3. Agentes do L.I.V.R.O.
  4. Biblioteca de Bolso
  5. CabulosoCast
  6. Caixa de Histórias
  7. Clube do Livro CBN — José Godoy
  8. Crazy Metal Mind
  9. Curta Ficção
  10. Escriba Café
  11. Ex Libris
  12. Ghost Writer
  13. JPC Cast
  14. Lançamentos do Metal
  15. LiterárioCast
  16. LivroCast
  17. O Drone Saltitante
  18. Os 12 Trabalhos do Escritor
  19. Papo de Autor
  20. Perdidos na Estante
  21. Pouco Pixel
  22. RapaduraCast
  23. Sword & Laser
  24. Trasgo
  25. Três Páginas
  26. Writing Excuses

PODCASTS QUE OUÇO DEPENDENDO DO TEMA
(também em ordem alfabética)
  1. Alô Ténica
  2. AntiCast
  3. BrainCast
  4. Canal 42
  5. Covil de Livros
  6. Debate de Bolso
  7. Dragões de Garagem
  8. Edição Rápida
  9. Gente que Escreve
  10. Hora Alucinógena
  11. LexCast
  12. Marca Página
  13. Matando Robôs Gigantes
  14. Mundo Freak Confidencial
  15. NerdCast
  16. O Podcast é Delas
  17. Papo Lendário
  18. PapriCast
  19. Rádiofobia
  20. Rádiofobia Classics
  21. Reloading
  22. SpheraCast
  23. WattCast

Como vocês podem perceber, todos os nomes estão linkados para os devidos sites; logo, aguardem, em breve, o começo dos comentários sobre cada um ;)