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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Editora Nocaute e a valorização da dedicação pela literatura


Vou começar este post tão importante com uma constatação simples:

Viver de literatura, hoje, no Brasil, é praticamente impossível — no entanto, trabalhar pela literatura não é.

Dedicar-se à cena requer, única e exclusivamente, vontade de ajudar. Mostrar a cara. Trabalhar de graça ou por permuta. Trabalhar pelo amor aos livros, às histórias escritas e aos mundos construídos com papel e tinta, orgânicos ou eletrônicos. Ajudar a fazer crescer um cenário restrito, de nicho, com — como ouvi num podcast uma vez — meia-dúzia de gatos pingados que vivem se encontrando por aí e acabam trabalhando juntos frequentemente.

Não está implícito em nada do que eu disse, vejam vocês, que deve haver a figura de uma grande editora ou muito investimento envolvido para fazer essa cena crescer. Só é necessário fazer um trabalho legal — como, por exemplo, eu tenho feito através de revisões freelance ou a edição/revisão dos contos que chegam no Leitor Cabuloso. Através desse trabalho legal veio, por exemplo, o convite para revisar a primeira coletânea do site Mitografias, que ganhou até prêmio. E esse tipo de coisa vale o investimento de tempo e esforço.

O amor pela literatura me fez, inicialmente, ler pra cacete, e a maturidade literária que isso me trouxe me transformaram de um mero leitor para um analista do que lia — e daí para um crítico do que eu lia, e então, revisor, e então... Perceberam? O tesão pela coisa não acabou, e sempre tem me levado ao próximo passo :)

E aí chegamos à editora Nocaute e ao título deste post.

Porque, através do reconhecimento do meu trabalho, fui convidado a me tornar co-editor da editora, junto ao Maik Bárbara.


Sim, é uma grande notícia — e uma puta responsabilidade. O catálogo da editora já está iniciado com quatro bons livros, deve dobrar no ano que vem e é um projeto diferente e com um enorme potencial. Tem tudo para se destacar cada vez mais no mercado, porque o mote da editora é apostar em narrativas não-convencionais e interessantes, que talvez não encontrassem espaço em grandes casas editoriais... e tenho certeza que todo mundo adora uma dose de novidade em meio a um mar de narrativas muito parecidas umas com as outras.

Sinto que é uma grande chance, essa que eu tenho, de fazer ainda mais pela literatura nacional, pelo cenário mesmo. Dar um ar de frescor pra coisa toda; dar uma renovada nas narrativas e fortalecer ainda mais esse pequeno nicho do entretenimento que amamos tanto.

Porque é disso que eu tenho falado desde o começo: ajudar.

Eu estou fazendo a minha parte — e vou fazer ainda mais com essa oportunidade de fazê-lo agora profissionalmente.

E você, tem feito a sua?

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Um trecho marcante de Edson Aran


6 — Os monarquistas e o comando verde-rosa 
As críticas às cidades-cubo diminuíram muito depois da crise de 2033. A máfia queniana entrou em choque com o Cartel de Comandatuba pela distribuição da droga MTA (metanfetamina transmorfa ativa) em São Paulo. Mil oitocentas e dezessete pessoas morreram no primeiro dia de combate. E mais três mil no dia seguinte. 
A polícia tentou intervir atacando um reduto queniano na zona norte. Os quenianos reagiram. Castraram 32 policiais e degolaram 57 delegados. A polícia, acuada, entrou em greve por melhores salários. Foi o caos. 
A cidade não podia contar com o governo federal. Na época, o presidente Frota enfrentava os separatistas monarquistas liderados por Dom Pedrinho de Orleans e Bragança, o autonomeado Dom Pedro III, Imperador do Brasil. 
A situação piorou mais ainda quando a corrente católica marxista teocrática rompeu definitivamente com o Vaticano e adotou a luta armada como meio legítimo para “implantar o paraíso socialista no reino do satanás capitalista". O país explodiu em guerra civil. Narcotraficantes matavam monarquistas que matavam teomarxistas que matavam qualquer um. 
As shopping cities se tornaram a única salvação para o consumidor médio e de bem com a vida."


A única diferença dessa capa para a do livro que tenho é que no meu está escrito "um romance em 4 tempos"