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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Sobre a injustiça com os pioneiros


Esse post é motivado pelo filme que acabei de ver — John Carter: Entre dois mundos. Estava na Netflix, de bobeira, e vi esse filme na lista. Sempre tive um certo preconceito contra ele — afinal, ele caiu no esquecimento, não fez sucesso, então não podia ser muito legal. Acontece que ele estava com 83% de aceitação, e isso não condizia com a “ruindade” que eu imaginava que ele fosse. Então, como estava mesmo sem nada melhor para fazer, cliquei no play.

Com 12 minutos de exibição estava me divertindo tanto que parei de ver para ver posteriormente com a minha esposa. E, hoje, acabei de assisti–lo.



Até então, antes de pesquisar sobre a obra cinematográfica, só sabia que era baseado no romance de Edgar Rice Burroughs — que é muito bem inserido na trama, por sinal — Uma princesa de Marte. E, também, já imaginei por quê o filme não fez tanto sucesso:

É recheado de clichês. Todos os que você pode imaginar.

No entanto, isso fazia sentido para mim, e fez ainda mais quando pesquisei, depois: O romance é de 1912. Mil–novecentos–e–doze, você não leu errado. O filme saiu exatos 100 — cem! — anos depois do romance. Edgar Rice Burroughs foi pioneiro no uso desses elementos. O problema é que o filme saiu depois de todos eles terem sido exaustivamente explorados — inclusive pelo mega–sucesso recente do cinema, Avatar, de James Cameron.

Imagino que a mesma coisa aconteça com o livro Nós, do russo Yevgeny Zamiatin. Ele praticamente inaugurou (se não o fez, de fato) o subgênero da ficção científica de distopias causadas por um governo totalitário, mas está saindo aqui no Brasil depois de 1984, Admirável mundo novo e Fahrenheit 451. Espero que não hajam muitos cabeças–de–bagre que digam que “já leram isso tudo antes, não inova em nada, tudo muito repetido”.


Em tempo: Eu gostei bastante do filme. Recomendo mesmo :)

domingo, 16 de abril de 2017

Um trecho marcante de Stephen King


Funcionou. Nosso casamento durou mais que todos os líderes mundiais, com exceção de Fidel Castro, e enquanto continuarmos conversando, discutindo, fazendo amor e dançando ao som dos Ramones — gabba gabba hey —, é bem provável que continue funcionando. Temos religiões diferentes, mas, como feminista, Tabby nunca morreu de amores pelo catolicismo, no qual homens fazem as regras (inclusive a diretriz divina de sempre transar sem camisinha) e as mulheres lavam a cueca deles. E, embora eu acredite em Deus, não consigo ver a utilidade das religiões organizadas. Viemos de família humilde, ambos comemos carne, somos democratas e temos as típicas desconfianças ianques com relação à vida fora da Nova Inglaterra. Somos sexualmente compatíveis e monogâmicos por natureza. Porém, o que mais nos une são as palavras, a linguagem e o trabalho da nossa vida.

Stephen King – Sobre a escrita




P.S.: Parabéns, sr. King — seu casamento dura mais do que todos os líderes do mundo!

P.S.: Será que sou só eu que acha que o Robert Sean Leonard, da série House, daria um ótimo Stephen King no cinema…?

Stephen King
Robert Sean Leonard

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Atualização desagradável no Desafio Clube de Autores


Eu sempre tive um pensamento muito claro: quem autopublica tem que ter noção. Noção de que a autopublicação implica em muitas coisas.

Noção de que você já começa em desigualdade com as obras que estão nas livrarias…
Noção de que talvez o seu livro saia meio caro (apesar de o preço no Clube de Autores estar perfeitamente equivalente com o de obras de livrarias em questão de número de páginas)…
Noção de que é você que tem que fazer o seu próprio marketing…
Noção de que o seu leitor vai pagar frete quando comprar seu livro online, e que isso talvez o desmotive…
… e, principalmente, noção de que você não vai ficar rico com isso.

No Clube de Autores, é você quem põe o quanto você quer ganhar de royalties. Vejam o exemplo do meu livro, que tem 448 páginas. Quando se põe o número de páginas e o acabamento, o sistema já te dá o preço dele, e você põe o seu em cima:


Lá em “Preço total” você vê “42,38”. Para o meu O arquivo dos sonhos perdidos, eu pus 10% de royalties — que é o que se ganha, aproximadamente, publicando–se por uma editora —, mais um arredondadinho para dar “,90” porque fica mais bonito o número — resultando num total de R$ 46,90.

Assim sendo, voltemos ao “desagradável” do título do post.

Estava eu vendo os preços dos livros do desafio literário, porque o Clube está com promoção de Páscoa, e reparo que todos os preços estão bem condizentes com o número de páginas, a maioria deles também praticando os 10% bem realistas de royalties, menos um… que, a partir de agora, está excluído do desafio.

Esse livro a que me refiro é O evangelho dos loucos, do autor Gabriel Santamaria. Eu já estava dando uma 2.ª chance à obra, porque, após ter demonstrado interesse, ano passado, o autor me inundou de spam. Acabou parando, e então eu incluí o livro no desafio — e agora vejo que o dito cujo está saindo por R$ 47,32 sendo uma obra de 160 páginas, o que daria…


… R$ 31,18.

Ou seja: o autor está esperando lucrar 50% do valor da obra.

Por mim ele pode pôr o preço que quiser, lucrando o que quiser, mas entra naquele papo de noção lá do começo. Eu é que não compro. Acho irreal em todos os aspectos.

Dessa forma, no lugar desse, entra para o desafio a seguinte obra:


6. Unicelular, de Tarsis Magellan


Sinopse: Rosa Villar, agente da ABIN, é chamada às pressas para investigar o envenenamento do filho de uma influente jornalista americana que estava de férias, numa das belas praia do Brasil. O que Rosa não imaginava é que o bem–estar da criança estaria ligado intimamente a membros do alto escalão da embaixada dos Estados Unidos. E, caso a cura não seja encontrada a tempo, problemas diplomáticos surgirão entre os dois países.

A agente tem fortes indícios de que a Biotech, uma grande empresa farmacêutica chinesa, está envolvida no incidente e comanda uma empreitada gigantesca no país. Isso a levará ao centro de controle da Biotech, na Ilha de Trindade.

Lá, Rosa será apresentada à Iniciativa Unicelular, um projeto que ela somente imaginou existir em histórias fantásticas. No entanto, ela sente que algo mais está à espreita, capaz de colocar não só a sua vida, mas a de todos em risco.

Envolta em uma teia de mentiras, conspirações, segredos corporativos e inúmeras mortes, Rosa deve descobrir os mistérios escondidos em um lugar onde não só o homem, mas também a natureza, serão seus piores inimigos.

Expectativa: Parece–me um thriller de ficção científica com toques de horror, bem no estilo dos jogos Resident evil e Parasite Eve… Já havia começado a ler o primeiro capítulo da obra no Wattpad, e a escrita do autor me agradou.


(Obs.: A obra Vós sois máquinas, do autor Goulart Gomes, presente no desafio, está sumida do Clube. Espero que seja porque o autor encontrou editora… Assim sendo, não vou substituí–la desde já; vou esperar para ver se não é só um problema técnico.)

domingo, 9 de abril de 2017

Deuses americanos (+2), de Neil Gaiman


.: Este é primeiro livro do Desafio Literário do Marcador de Páginas, de um total de 7 livros! :.


Tentei esperar algum tempo após acabar a leitura de Deuses americanos, do Neil Gaiman — a releitura, na verdade —, para ver se ficava mais fácil falar sobre essa obra.

Não ficou.

O que acontece é que esse é um dos livros que eu mais gosto — deve ser o segundo, na verdade, só perdendo para O senhor dos anéis —, e é sempre difícil transformar em texto tudo o que uma obra assim significa para nós… Então não vou nem tentar. Simplesmente vou escrevendo, e o que sair saiu.

Como eu comentei na postagem linkada na primeira frase desse post, esse livro inaugura um dos meus dois desafios literários desse ano — é o “um livro com um portal para outro mundo”. E qual seria esse “outro mundo”? O mundo dos deuses. Os deuses que foram trazidos para a América (do Norte), quando ela foi colonizada, pelos seus devotos. Como protagonista, temos Shadow Moon, um ex–presidiário que vê sua vida entrar em colapso assim que sai da prisão. (Na verdade, ele sai da prisão porque sua vida começa a entrar em colapso.) A partir daí ele ganha um trabalho: servir de ajudante e guarda–costas do sr. Wednesday — alguém que é, em muitos sentidos, muito mais do que parece.

E o que significa o “+2” lá do título?

Significa que eu decidi ler, na sequência, as “aventuras extras” do protagonista, retratadas nos contos O monarca do vale, da coletânea Coisas frágeis, e o conto Cão negro, da coletânea Alerta de risco: Contos e perturbações. Aproveitando a onda da série que está para sair, eu decidi me inundar de tudo o que pudesse sobre esse universo incrível. Esses dois contos são o que são: aventuras extras mesmo, nada de mindblowing ou verdadeiramente essenciais — são mais agrados mesmo a quem adorou o romance.

Agora, continua difícil falar sobre a obra em si. Não quero dar spoiler, então vou comentar de forma meio disfarçada.

Shadow by ~luilouie

Muita gente pela internet fala que o Shadow foi muito apático em relação às coisas que iam acontecendo. Acho que essas pessoas não leram a mesma obra que eu. Ele mesmo fala, mais pro fim do livro, que ainda estava processando tudo o que lhe acontecia — e de forma meio frenética, deve–se dizer. Acho que só duas reações são possíveis: ou surtar de vez ou aceitar e seguir em frente. Acho que as pessoas estão tão acostumadas com as over–reactions dos personagens de obras de escritores menos hábeis que se esqueceram como as pessoas de verdade reagem.

O livro tem uns momentos que me agradam muito, como os passados na cidadezinha de Lakeside. Lá tem dois elementos que eu aprecio muito: frio e sossego. Queria viver lá. Gosto muito também de estruturas de road stories como é o do livro. Além disso, a questão da guerra entre os deuses antigos contra os novos é fantástica. Confesso que queria que o livro tivesse umas 200 páginas a mais para que Shadow interagisse com outros deuses — claro que há a questão de que ele só encontraria deuses que foram levados para os Estados Unidos, mas creio que uma continuação da obra poderia mostrar personagens muito interessantes… E uma coisa me dá uma esperança quase infantil sobre isso: o que Gaiman diz na introdução da coletânea Alerta de risco:

“Há uma última história a ser contada, sobre o que ocorre com Shadow quando ele chega a Londres. Se ele sobreviver a isso, será hora de mandá–lo de volta aos Estados Unidos. Afinal, muita coisa mudou desde que ele foi embora.”

Ou seja: há, sim, a possibilidade de uma continuação de Deuses americanos, além da certeza de um terceiro conto sobre as andanças de Shadow. Sabendo que o sr. Gaiman (também conhecido como “deus”) gosta de continuações — afinal, está escrevendo a de Lugar nenhum —, só me resta orar a todos os deuses de todas as culturas pela saúde e por muitos anos de vida ainda ao meu escritor predileto :)

Visual dos personagens para a série

domingo, 2 de abril de 2017

O Templo dos Ventos, de Marcelo F Zaniolo


Tive o imenso prazer de ser leitor beta e editor da incrível obra de fantasia nacional que foi lançada agora em 31 de março — A trilogia dos pássaros vol. 1: O Templo dos Ventos, do meu amigo Marcelo F. Zaniolo!


O romance de estreia do Marcelo é uma aventura verdadeiramente refrescante no cenário da literatura fantástica nacional.

Não copia nada de ninguém e não é previsível; se inspira, sim, em coisas que o autor gosta, e isso se reflete totalmente no texto: é divertido, fluido e empolgante. Não deve nada a qualquer autor já estabelecido.

A aparente simplicidade da trama é, na verdade, seu ponto mais forte — em tempos de histórias com viradas e plots freneticamente complexos, ler O Templo dos Ventos areja o cérebro e aquece o coração. Além disso, não tem como não gostar de todos os personagens… E é um dos poucos livros que me lembro de ter lido em que o narrador não é o personagem principal!

Como eu disse na retrospectiva de 2016, O Templo dos Ventos foi uma das minhas melhores leituras do ano, que não foram poucas!

Parabéns ao amigo Marcelo, e fique sabendo que estou muito ansioso para ler a continuação, hein :D