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sábado, 24 de janeiro de 2015

Microconto #3


O balão subiu aos céus, levando junto ao sorriso impresso um novo desenho, cor de sangue, provando que aquela mãozinha que o soltou jamais seguraria nada novamente, enquanto as mãos (ir)responsáveis não soltavam nem o volante nem o celular.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Retrospectiva literária 2014


2014 foi um ano de muitas leituras — talvez o ano em que mais li em toda a minha vida. Falta do que fazer? Excesso de tempo? Muito pelo contrário. Foi o ano em que mais trabalhei. Prefeitura, escrita, fotografia, aulas de dança, karate... Faltou tempo na verdade. Como se explica, então, tanta leitura? Foco. Essa é a palavra. Leio sempre que posso, levo um livro para todo lado, e de página em página, de 10 em 10 minutos de leitura, consegui ler tudo isso:
  1. O oceano no fim do caminho e
  2. Sandman vol. 2: A casa de bonecas, de Neil Gaiman;
  3. A Torre Negra vol. 1: O pistoleiro (releitura),
  4. A Torre Negra vol. 2: A escolha dos três e
  5. Christine, de Stephen King;
  6. World of Warcraft: Marés de guerra, de Christie Golden;
  7. O código élfico, de Leonel Caldela;
  8. Odd Thomas, de Dean Koontz;
  9. Quem teme a morte, de Nnedi Okorafor;
  10. Filhos do fim do mundo, de Fábio Barreto;
  11. Marina, de Carlos Ruiz Zafón;
  12. Amor além da vida, de Richard Matheson;
  13. O vampiro que descobriu o Brasil, de Ivan Jaf;
  14. Fios de prata e
  15. Espíritos de gelo, de Raphael Draccon;
  16. A queda de Atlântida vol. 1: A teia de luz, de Marion Zimmer Bradley;
  17. O restaurante no fim do Universo e
  18. A vida, o Universo e tudo mais, de Douglas Adams;
  19. O fim da eternidade, de Isaac Asimov;
  20. Fahrenheit 451, de Ray Bradbury;
  21. Jogador n.º 1, de Ernest Cline;
  22. Rio 2054: Os filhos da revolução, de Jorge Lourenço;
  23. Dezoito de Escorpião, de Alexey Dodsworth;
  24. A morte da luz, de George R R Martin;
  25. A máquina do tempo, de H G Wells;
  26. Flash foward, de Robert J Sawyer;
  27. Mortal engines, de Philip Reeve;
  28. Tropas estelares, de Robert A Heinlein;
  29. Mass effect: Revelação, de Drew Karpyshyn;
  30. Bioshock: Rapture, de John Shirley;
  31. Guerra justa, de Carlos Orsi;
  32. Turma da Mônica: Laços, de Vitor Cafaggi;
  33. O rei de amarelo, de Robert W Chambers;
  34. Outra volta do parafuso, de Henry James;
  35. Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago;
  36. Contemplação / O foguista e
  37. A metamorfose, de Franz Kafka;
  38. Ele está de volta, de Timur Vermes;
  39. O chamado do Cuco, de Robert Galbraith;
  40. O caso Morel e
  41. O seminarista, de Rubem Fonseca;
  42. Paraíso líquido, de Luiz Bras;
  43. Geração subzero, organizado por Felipe Pena;
  44. Várias histórias e
  45. O alienista, de Machado de Assis;
  46. Os trabalhadores do mar, de Victor Hugo;
  47. A livraria 24 horas do Mr. Penumbra, de Robin Sloan;
  48. Fim de caso, de Graham Greene;
  49. Memórias de minhas putas tristes, de Gabriel García Márquez;
  50. O amante, de Marguerite Duras;
  51. O tempo e o vento: O continente I, de Érico Veríssimo;
  52. A cidade dos milagres, de Christian Gürtner;
  53. Um coração singelo, de Gustave Flaubert;
  54. O vampiro de Curitiba, de Dalton Trevisan;
  55. Uma breve história do tempo, de Richard Dawkings;
  56. O baronato de Shoah: A canção do silêncio, de José Roberto Vieira;
  57. O homem que calculava, de Malba Tahan;
  58. Perry Rhodan vol. 523: Ladrão de planetas, de Clark Darlton.
Ufa. É isso aí.

E agora vamos às premiações.

O MELHOR LIVRO INTERNACIONAL DE 2014 (é meio idiota, mas vale sempre lembrar que é segundo a minha concepção, né?) é...



Não tinha nem como não ser. Isso é uma obra de arte. Sem dúvidas o que mais mexeu, mexe, e mexerá comigo.


Agora, o MELHOR LIVRO NACIONAL DE 2014:



Também sem sombra de dúvidas. Não imaginava que no Brasil existisse semelhante qualidade em ficção científica hard.

Agora por gêneros... (E não vou repetir estes de cima, que seriam como hors concours.)


DESTAQUE DE FICÇÃO CIENTÍFICA:



Complicado escolher entre O fim da eternidade, Jogador n.º 1, A morte da luz, Mortal engines, Flash forward... :|


O DESTAQUE DE FANTASIA:



Engraçado, acabei de perceber que não li muita fantasia nesse ano... Mais FC, na verdade, do que qualquer outra coisa. Mesmo assim, foi uma batalha dura escolher entre esse e o surpreendente Marés de guerra :)


DESTAQUE DE FICÇÃO REALISTA:



Esse não tem nem o que comentar. Victor Hugo é um gênio.


A SURPRESA DO ANO:



Como eu disse ao próprio autor, esse livro pede para virar filme! O maior concorrente nessa categoria foi O chamado do Cuco, da J. K. Rowling sob o pseudônimo Robert Galbraith, que eu jamais imaginava ter sido tão bom!


A DECEPÇÃO DO ANO:



Falam tanto desse "clássico" que sempre tive vontade de lê-lo, mas, sinceramente... Até o meio ele fluiu legal, mas do meio pro fim... E o fim... Deixa pra lá.


E, finalmente, o PIOR DO ANO:



Sinceramente, eu esperava do Raphael Draccon um nível de qualidade semelhante ao dos Dragões de éter, mas percebe-se que ter virado diretor do próprio selo fez muito mal a ele. Faltou um editor duro aí, e, pelo que ouvi, em seu livro subsequente também. Enfim; vou comprar meu box dos Dragões com arte do Marc Simonetti e lembrar do autor somente por essas obras...


E que em 2015 eu consiga ler ainda mais, melhor e também, claro, consiga emplacar meu primeiro livro publicado... Não posso reclamar de 2014 de forma nenhuma; me tornei finalmente um autor da Draco, mas tenho certeza de que 2015 vai ser ainda melhor, para mim e para todos os que dedicam um pouquinho de seus tempos à leitura deste blog!

E feliz ano para todos vocês!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ele está de volta, de Timur Vermes


Meu livro mais recentemente terminado foi o Ele está de volta, do autor alemão Timur Vermes, e já vou dizendo logo de cara:

««««/5

O que quer dizer: muito bom!

Nesse livro, o autor propõe uma situação: e se Hitler acordasse no ano de 2011, vivo e bem? E o resultado é deliciosamente cômico. Confundido com um imitador, ele tenta, esperneia e grita (confesso que imaginei o autor Bruno Ganz, do filme A queda, o tempo todo, hehe) tentando fazer as pessoas acreditarem que ele é quem é e que ele realmente está querendo dizer o que está dizendo, mas ele não contava com o espírito troll do terceiro milênio...

Contudo, há um "problema"... O humor do autor é muito sutil; sua percepção depende da capacidade do leitor de captar ironias, e isso, infelizmente, está muito além das capacidades de grande parte dos leitores brasileiros... Pode-se perceber isso por algumas resenhas do Skoob. É uma pena.

Entretanto... eu posso dizer que esperava mais apenas do final. Esperava qualquer coisa bombástica, incrível, mindblowing... Mas não; o fim é um fim sem fim. O que até me leva a imaginar se terá uma continuação... E bem que merece.

Ele está de volta é de fato um livro muito bom. Não sou um profundo (nem sequer mediano) conhecedor do Führer, mas me pareceu ter sido muito realista quanto à questão do que ele pensaria nesse século XXI, e nos leva a entender muito da cabeça daquela pessoa, levando-se em consideração ter o autor sido fiel aos seus princípios — e me parece, realmente, que foi.

Como uma personagem mesmo diz no livro, é dizendo os absurdos que Hitler diz e pensa que nos forçamos a entender como evitar tudo aquilo de novo, e como o líder alemão é — ou era —, de fato, perigosamente carismático e magnético.



domingo, 11 de janeiro de 2015

Odd Thomas, de Dean Koontz


O primeiro livro que li de Dean Koontz já havia me impressionado positivamente, o Intrusos, então, quando vi o nome do autor nessa obra já contei um ponto a favor. Inicialmente, ao perceber se tratar de uma “série com nome do personagem principal”, pensei seguir a mesma linha pueril, digamos assim, de Harry Potter e Percy Jackson… mas fico feliz que tenha me enganado redondamente — ao menos nesse primeiro livro.


Vale dizer: não li mais nenhum da série, nem lerei. Odd Thomas (o primeiro livro e o personagem) já disse, no meu modo de ver, tudo o que precisava ser dito sobre suas passagens (achei apropriada a palavra, dada a peculiaridade da estória) na cidade de Pico Mundo, no deserto de Mojave. Não quero descobrir que uma trama tão criativa e bem amarrada tenha ganhado sequências meramente caça-níqueis, e, sinceramente, é isso o que parece acontecer. O primeiro livro é uma obra completa e fechada, com um final excelente (e, pelo menos para mim, inesperado) e que não, não pede continuação. Não é porque uma obra dá certo que se tem que extendê-la em trocentas continuações. Ou pelo menos é o que eu penso: deve-se contar a história que se tem que contar. Aumentá-la artificialmente só pode ser ruim para a qualidade geral do título, e, pelas resenhas do Skoob, percebo que parece ser isso o que acaba acontecendo com esse.

Porém… Como eu resolvi ignorar o resto da série, fico com minha recomendação de Odd Thomas, o livro, uma grata surpresa.

Na livraria, pela sinopse, já tinha percebido que a história seria interessante. Odd é um jovem cozinheiro que pode ver os mortos, e interagir com eles. O problema é que ele também vê os chamados bodachs, criaturas das sombras que farejam sofrimento e mortes, e começam a aparecer em profusão em sua cidade. Isso, naturalmente, não significa nada nem remotamente bom.

Um aspecto do romance que me agradou foi justamente o não-pueril que mencionei anteriormente. Odd não é um adolescente inseguro, bobo ou indeciso. Ele se parece com uma pessoa real; é um jovem adulto que sabe muito bem o que quer e o que não quer. Não há, também, no livro, aquela melodramaticidade toda acerca de alguma garota que lhe desperte paixão; Odd já tem sua namorada, Stormy, com quem vai se casar, e que lhe dá todo o apoio que ele precisa quando ele precisa. Um casal bonito de se ver. E não é também uma história infantiloide; se estamos tratando de mortes, serial killers e espíritos malignos, tudo o que se relaciona a isso (a violência, por exemplo) é mostrado sem filtros. Se Odd precisa acertar um taco de beisebol no nariz de alguém para salvar outrem, ele o faz, sem pudor, e na maior potência que consegue. Odd Thomas sabe que precisa ter atitudes drásticas para honrar o “dom” que lhe foi dado, ainda que não o tenha pedido.

Como destaque, ainda, posso mencionar o (ou “os”, não lembro bem) capítulo(s) em que se descobre os acontecimentos relativos aos pais de Odd. Completamente fora do padrão, do esperado, mas não do real.

Mais um ponto para o sr. Koontz, e mais um acerto para a coleção de acertos que é Odd Thomas.

Nem preciso dizer que é super recomendado – para quem gosta de fantasia, para quem gosta de humor, para quem gosta de thrillers, e para quem gosta de suspense. Sobrou alguém de fora? :P

Da adaptação da obra para o cinema.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Um trecho marcante de Luiz Bras


“Pra onde nós vamos?", Vermelho quer saber.

“Eu não quero sair da vila, eu gosto daqui", Fantasma choraminga.

O gesto violento de Gasoso realmente conseguiu me assustar. Tribliliques veiveivêm sobre mim.

Eu estou com muito medo.

E o medo intensifica tudo: as cores, os cheiros, os sons, os sabores, os toques. Tudo vibra, tudo solta vapor. o medo amplifica a força e a temperatura da brisa e o brilho dos objetos próximos e distantes. Os anéis de Saturno parecem bem mais próximos e instáveis agora, eles parecem prestes a se romper e a esfarelar na atmosfera. Tudo emite sinais elétricos, tudo revela seus poros. O medo faz as emoções dominarem o pensamento, a volúpia é traiçoeira, minha boca está seca. Eu odeio Gasoso. Eu amo Gasoso. Meu ódio e meu amor cobrem toda a Paisagem, todos os seres orgânicos, todos os minerais.

Vida, Vermelho e Fantasma me seguem até a rua.
Luiz Bras - Paraíso líquido, 2010



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Um trecho marcante de Stuart Moore


— Tony Stark?
Tony virou-se a tempo de ser atingido no rosto por uma cusparada.

Seu canalha asqueroso!

A mulher estava chorando abertamente, lágrimas escorrendo pelo rosto. Peter já ia segurá-la, mas Tony levantou a mão.

Happy Hogan já estava atrás da mulher.

— Senhora, vou pedir que se retire — e colocou a mão gorda no ombro dela.

— De onde? Do funeral do meu filho? — ela sacudiu furiosamente o ombro para que ele retirasse a mão. — Ele é quem deveria ser expulso daqui.

Tony fez uma careta e enxugou o rosto.

— Senhora, entendo que esteja chateada. Mas as... trágicas ações dos Novos Guerreiros não têm nada a ver comigo.

— Ah, é? E quem financia os Vingadores? Quem há anos vem dizendo para a garotada que eles podem viver fora da lei, contanto que usem trajes?

Peter Parker limpou a garganta.

— Eu, hã, não acho que o Sr. Stark tenha dito isso.

— Policiais precisam treinar e carregar distintivos — continuou a mulher —, mas isso é chato demais para Tony Stark. Você só precisa de alguns poderes, pose de machão e pronto! Conquistou um lugar na supergangue particular do Sr. Bilionário.

Tony abriu a boca para falar e então, aconteceu algo que só havia acontecido uma vez com ele. Ficou completamente sem palavras.

Ela está certa, ele percebeu.

Stuart Moore - Guerra civil