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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Meu Mapa de Influências comentado


Como uma ideia que surgiu no Facebook — e, logo, que todo mundo repetiu —, eu também não podia ficar de fora: criei meu próprio mapa de influências enquanto escritor.

No entanto, gostaria de comentar mais sobre cada um dos autores mencionados e como eles me influenciaram.


Quando — para quem é escritor — chegamos àquele famoso momento, “quero escrever assim”, é, via de regra, porque nos deparamos com obras que nos tocam profundamente. Podemos dividir, ainda, essas obras em dois grupos: a dos escritores que nos encantam, e a dos mundos que nos encantam. Ou dizemos “quero escrever assim” ou “quero criar um mundo assim”. É, precisamente, nesses dois grupos que estão as quatro pessoas que ocupam os maiores quadros nessa montagem: Neil Gaiman, Stephen King, Hironobu Sakaguchi e J. R. R. Tolkien.

Primeiramente, Neil Gaiman. A obra dele condensa ambos os encantamentos — me encanta enquanto escritor, por dizer tanto com tão pouco, por criar climas e trazer à tona tantos sentimentos com frases simples, fugindo do rebuscamento, precisas e diretas, e ainda assim poéticas; e me encanta enquanto criador de mundos, porque o que ele fez em Deuses americanos, Os filhos de Anansi e O oceano no fim do caminho — suas obras que se passam em seu mundo de deuses — inspiraram boa parte da minha produção. Um conto meu que é totalmente inspirado na obra de Gaiman é o Nil.

Stephen King me ensinou a construir personagens. Pode–se falar o que for de suas obras (o que, na maioria das vezes, eu não concordo), mas não se pode falar que ele não é genial na construção de seus personagens. Com ele, eu percebi que todos os personagens têm uma opinião formada em relação a absolutamente cada aspecto de suas vidas, e isso afeta sua maneira de ser. Que os aspectos da vida de cada um forma o que eles são. Na obra de Stephen King, é facílimo perceber que, se os personagens envolvidos em suas tramas fossem outros, essas mesmas tramas iriam por caminhos muitíssimo diferentes. São os personagens que criam as tramas, e não o oposto. Foi por causa dele que fiz o que fiz em O arquivo dos sonhos perdidos, e que é criticado por algumas pessoas: pus personagens “comuns” numa trama épica, e o modo como eles são — ou não são — altera totalmente o que poderia se esperar da história.

Hironobu Sakaguchi entra no outro campo — o dos construtores de mundos. Para quem não conhece, ele é o criador da série Final fantasy, e essa série é a maior responsável por eu misturar magia e tecnologia em minhas obras — especialmente o que ele fez em seus “episódios” VII e XII. Sakaguchi, ao criar esses mundos, mostrou como magia e tecnologia podiam coexistir e se completar, e isso abriu minha mente para novas possibilidades. Isso, combinado com o que J. R. R. Tolkien fez em O senhor dos anéis, e que dispensa totalmente apresentações e exaltações, me fez perceber que sim, eu podia criar um mundo que juntasse tudo o que eu gosto, desde que, para isso, ele tivesse coerência — o que, no meu modo de ver, foi onde esses dois mestres mais brilharam: dar coerência para mundos totalmente fantásticos. (Nesse aspecto, mas em menor monta, coloco também o Shigeru Miyamoto, e especialmente pelo que ele fez em The legend of Zelda. Boa parte da estrutura de O arquivo é inspirada em Zelda, que me marcou muito graças à maestria de Miyamoto em criar aventuras e sub–aventuras que acabam se ligando em uma trama maior. É uma influência muito mais quanto ao “clima” da aventura, baseada em sensações, do que em elementos de trama em si — mas que não podia ser negligenciada.)

Os outros, com as fotos menores, podem ser divididos entre os que tiveram influência no início da minha escrita — ou para que eu a iniciasse, por assim dizer —, e os que estão me influenciando por agora. Dos primeiros, que me motivaram a escrever e criar histórias, estão Jules Verne e Leonel Caldela. Minha adolescência e início da vida adulta foram lendo as obras de Verne, e, mais uma vez, aquele tom de aventura e descoberta de seus livros me encantavam enormemente, e isso se refletiu n'O arquivo. Já o Caldela foi diretamente responsável por esse livro de fato existir. Através de seu romance O inimigo do mundo eu percebi que, sim, um mundo fantástico poderia ser transformado em uma história “realista” e brutal, e, durante a escrita, eu fraquejei, como o fazem muitos autores iniciantes. No finado Orkut, então, eu perguntei a ele como ele conseguiu realmente levar a cabo aquela tarefa ingrata de escrever um romance longo, e, ao contrário da minha expectativa, ele respondeu — e ainda me deu um puta incentivo para continuar. Imagino que, se ele não o tivesse feito, talvez eu não fosse um escritor hoje em dia…

Os que faltaram são os que estão me influenciando atualmente. De forma parecida com o King, o Ray Bradbury também me influencia a voltar meus olhos durante a escrita para os personagens — e ele, também como Gaiman, me mostra que pode haver poesia no modo de escrever. No entanto, enquanto o Gaiman me pauta a forma de criar fantasia e o King a de criar histórias realistas ou de suspense, o Bradbury é meu maior exemplo no campo da ficção científica. Ele me mostra que esse gênero deve ir muito além dos tecnicismos e focar no que realmente importa: as pessoas. Um conto curto em que eu aplico isso é o A distância e a espera. Já o Douglas Adams foi quem me ensinou a colocar ironia, cinismo e sarcasmo de maneira inteligente em meus textos, e que esse tipo de humor é muito melhor do que a comédia escrachada, que não vai bem na literatura — e que rir de si mesmo é a melhor maneira de rir da humanidade. Além, é claro, de usar o nonsense para compôr o humor causado pelo estranhamento — e que fiz no conto Aquecimento global (Em fogo alto). O Haruki Murakami foi o penúltimo a ter adentrado esse rol de escritores, e é um dos meus preferidos da atualidade. Existem outros preferidos que não entraram na lista de influências, e por quê? Porque Murakami me ensinou algo que nenhum dos outros pôde: a ter calma para contar minhas histórias. A dar atenção a pequenos detalhes do cotidiano, a sentimentos, a impressões, a eventos banais e que acabam influenciando um personagem muito mais do que parece. E, também, além disso, a incluir eventos esdrúxulos em minhas histórias fazendo–os parecer perfeitamente banais e corriqueiros, hehe. Talvez o meu conto que mais reflita isso seja o Into blue. E, por último, o cineasta David Lynch, que merece um parágrafo próprio.

Existem modos e modos de se contar histórias. Existem jornadas do heróis, existem narrativas epistolares, existem outros tipos de storytelling… e existem as colchas de retalhos de Lynch. Assistir a um filme dele não é fácil, mas é recompensador. Bom, talvez não seja recompensador na primeira assistida, haha, mas se você persistir e revê–lo, talvez mais de uma vez, as coisas começam a fazer sentido… ou não! Mas a intenção de Lynch nunca foi a tradicional de passar uma mensagem clara; pelo contrário, ele espera que o expectador construa sua própria versão dos fatos, e entenda a história de sua própria maneira. Tudo bem que eu acho que ele passa um tanto da conta às vezes, hehe, mas o que ele me ensinou é que existem outras maneiras de contar as histórias, e, especialmente, maneiras que exijam atenção, reflexão e o raciocínio daquele que está consumindo sua história! Fiz isso em minha última obra publicada, o conto Sob a sua árvore, e estou fazendo no romance que estou escrevendo, totalmente diferente de qualquer outra coisa que eu já publiquei. Nessas duas obras, se o leitor não prestar atenção e raciocinar sobre o que está lendo, pode ter certeza de que chegará ao final com um gosto estranho na boca. E, arrisco dizer, que esse modo de contar histórias irá pautar boa parte da minha produção de agora em diante…

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Leituras de Janeiro


Vou tentar fazer uma coisa nova: postagens mensais, falando dos livros que eu li durante o mês. Tenho sentido necessidade de falar de mais livros do que acabo falando nas retrospectivas anuais, tanto bem quanto mal, haha, e então vou ver se isso dá certo :P

Vamos então às minhas leituras de janeiro de 2018!


Bom, do Estação Perdido eu acabei de falar nessa postagem. É, simplesmente, um dos melhores livros de fantasia — ou new weird, como se considera — que li em minha vida. Li em e–book, mas esse eu vou querer ter na estante, ao lado de A cidade & A cidade, também do China Miéville, que eu já tenho. Compensa cada centavo que se pagar nele (sorte que eu paguei menos de R$ 10, numa promoção na Amazon :P)


Eu estava esperando muito desse A misteriosa morte de Miguela de Alcazar, do Lourenço Cazarré, mas a decepção foi total. Minha expectativa era em parte porque gosto bastante de livros policiais, e em parte por causa do tanto de elogios que li sobre a obra. O que acontece é o seguinte: um jornalista é enviado para um hotel em Brasília para cobrir um evento que reunirá os maiores autores de literatura policial do mundo — só que um deles é assassinado, e cabe ao protagonista ajudar nas investigações. O problema é que o livro é mais um livro de comédia do que policial — e, a meu ver, numa versão pobre do que Jô Soares faz em suas obras. Os autores famosos da trama são versões debochadas de autores reais — como a Águeda Christine, o Georges Sim Et Non e o chinês Foo Lee Shi Man (que trocadilho horrível) —, e a única coisa que me fez rir foi o fato de cada um deles ter aprendido a falar em português, mas cada um com um sotaque diferente — mineirês, nordestino, gauchesco… De resto, as situações e piadas me deram vergonha alheia, e abandonei o livro na metade. Li na versão física, e me arrependo dos R$ 10 que paguei nele. A única coisa legal é a capa, texturizada e criativa.


O fim do mundo é um conto satírico sobre, bem, o fim do mundo — dessa vez por causa de um cometa. Claro que não é para ser “levado a sério”, mesmo porque ele é mais uma sátira à sociedade da época do que, propriamente, uma história de fantasia ou ficção científica. A graça dele é exatamente usar esse tema, tendo em vista ter sido publicado em 1857. Sim, você leu certo — mil OITOCENTOS e cinquenta e sete. E, se você ainda não reparou, é uma história de Joaquim Manuel de Macedo, aquele mesmo, que escreveu A moreninha. Essa versão que li é em e–book, da editora EX!, e traz uns extras bem legais, além dessa ótima capa. Vale conferir.


O Haruki Murakami já é um dos meus autores preferidos, e O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação só prova que tudo o que ele escreve merece ser lido. Li esse em e–book, mas dá uma vontade imensa (quando eu tiver espaço) de comprar todas essas edições primorosas da editora Alfaguara para tê–las ali, lado a lado, ostentação pura :) Os personagens são cativantes, a trama é boa como qualquer outra do japonês, o ritmo e o clima da narrativa são imersivos e transportam você para o local — mas isso já era totalmente esperado, sendo uma obra do mestre Murakami. Vai ser difícil, após ler todas as obras dele, montar um top 5… A capa, apesar de simples, representa bem a história, apesar de isso não ser nada claro antes de o livro ser lido :)


E, por fim, a edição 16 da revista Trasgo, editada e organizada e encabeçada pelo Rodrigo van Kampen. Dessa vez, eu destaco os contos O estranho caso dos professores que assobiavam, do Leonardo Maran Neiva, o Revoluções, da Vimala Ananda Jay (que eu conheci pessoalmente, junto ao Rodrigo, no lançamento do livro Trasgo: Ano 1), e o Mylène, da Anna Fagundes Martino (A forma da água, é você…? Olha o Del Toro se inspirando na Anna; melhor checar isso aí :P) Os outros contos, a meu ver, não trouxeram nada de novo, sendo até meio chatinhos. A capa é linda, do sempre ótimo ilustrador Jean Milezzi, mas, quanto aos 3 outros contos não mencionados, acho difícil — ou fico preocupado em — imaginar que tenham sido os melhores dentre as dezenas de contos que os editores recebem a cada edição…


Enfim; é isso aí — essas são as minhas leituras do mês de Janeiro. Espero conseguir fazer mensalmente esses posts, porque realmente é muito bom falar algo, mesmo que pouco, de cada um dos livros que li :)

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Estação Perdido, de China Miéville


Já acho complicado falar sobre coisas de modo não–ficcional; sempre acho que deixo passar coisas importantes em detrimento de aspectos menos relevantes, mas que me chamaram a atenção… Como falar sobre, então, um livro que já — com facilidade — entrou, de cara, no meu Top 10 de livros da vida…? Pois é: Estação Perdido é bom a esse nível.


Estação Perdido me agrada em diversos níveis, a exemplo do que acontece com minhas outras obras preferidas. Vou tomar como exemplo O senhor dos anéis: Ao mesmo tempo em que a escrita contemplativa e épica de Tolkien me acalma, gosto da construção (simples) dos personagens; do cenário, rico e com tons de sonho; da amizade construída entre eles; da grandiosidade da história e ao mesmo tempo da pequenez do personagem principal e da mensagem que isso passa ao final. Outro exemplo: Deuses americanos. Gosto do mundo; gosto do personagem principal, ainda que o critiquem, mas gosto justamente por sua passividade — por sua “deboice", tão semelhante à minha —; gosto da estrutura de “road movie”; gosto dos contos intercalados; gosto da pausa no meio, para apresentar a vida e o mistério daquela cidadezinha pacata… Assim como em A estrada: Gosto da escrita do Cormac McCarthy; gosto dos personagens; gosto do mundo, cru, seco, cruel… E aqui, nessa história de China Miéville, gosto do mundo, dos personagens, da trama, das surpresas, da mescla de gêneros literários… Resumidamente: gosto de tudo.

Começando pelos personagens: são ricos em construção de personalidade como em poucas obras por aí. Todos seguem a lógica real da humanidade (mesmo que não sejam humanos na acepção estrita da palavra): têm vontades e seus esforços são em prol de realizá–las. O protagonista, Isaac Dan der Grimnebulin, é um humano de meia–idade, gordo e negro, cientista e que vive à margem do sistema, que vive um romance proibido com uma mulher de outra espécie, Lin, uma khepri — praticamente uma humana com cabeça de besouro —, que é uma artista excluída de seus iguais. Por aí já podemos ver que não acompanharemos heróis, reis ou nobres, como seria esperado em uma história “padrão” de fantasia.

Aliás, deslocado é uma boa palavra para falar dos personagens de Estação Perdido. Todos os são, em diversos níveis. Além da dupla principal, temos o garuda Yagharek, que foi condenado pelos seus e fugiu, procurando Isaac para ajudá–lo a reverter os danos dessa condenação; e ainda Derkhan, uma amiga humana deles, que participa de um grupo revolucionário contra o governo. Até mesmo os antagonistas da trama — o monstruoso “contratante” de Lin e as cinco mariposas — são deslocados e sozinhos, procurando seu lugar no mundo. Essa parece ser a tônica da cidade de Nova Crobuzon, onde se passa a trama — um aglomerado de pessoas deslocadas, sozinhas, literalmente perdidas em uma rotina sem sentido.

A trama é outro aspecto que vai por caminhos inesperados. Apesar de começarmos acreditando que é no trato de Isaac e Yagharek que o livro vai prosseguir, é no desdobramento inesperado que isso ocasiona que o livro realmente tem seu prosseguimento — e acreditem em mim: não “sobra” nada em suas 608 páginas; tudo ali está bem colocado, tem sua função narrativa ou para dar mais verossimilhança ao mundo de Bas–Lag. Claro que algumas pessoas irão encontrar — imagino — “excesso de informação”, mas não foi o meu caso. Tudo o que me foi ali descrito por Miéville foi delicioso de ler — e, coisa que pouco me acontece hoje em dia, deixa, até agora, mais de um mês depois da leitura, uma espécie de saudade ou vontade de retornar àquele universo. É por isso que pus o Estação Perdido no meu “top da vida”: ele deixou marcas, em meio a tantas obras mais ou menos semelhantes que existem por aí e que são lidas e esquecidas logo em seguida.

Que venham logo para o Brasil as outras obras que se passam no mesmo mundo de Bas–Lag, chamadas The scar e The iron council, ainda sem tradução mas já confirmadas pela editora Boitempo.

E que venham também todas as outras obras do autor!

Nova Crobuzon, na visão do artista Thomas Chamberlain
Homens–cactos, outra raça das várias de Nova Crobuzon, pelo artista JP Cokes
Yagharek e Lin (não encontrei o nome do artista)
Isaac Dan der Grimnebulin, pelo artista Lipatov
E, por fim, esse incrível figurino de Isaac e Lin — ao que me parece, de um trabalho de conclusão de curso para uma escola de teatro, executado pela artista Anastasia Prokonova

Meu plano sombrio


Quem leu O arquivo dos sonhos perdidos pode ter percebido que, em certo momento, o grupo dos protagonistas se separa… e não vemos o que acontece com os que permaneceram no grupo principal, na Itália.

E é justamente o que acontece nesse momento que é relatado no conto My shadow plan, publicado pela editora Draco ainda antes da publicação do romance.


My shadow plan é um conto de fantasia urbana, mas também é um conto de investigação. Na cidade amaldiçoada de Agliana, onde não para de chover há muito tempo, a filha do Regente está desaparecida, e há indícios que um membro da Câmara esteja envolvido. Como não puderam passar direto pela cidade, cujas estradas estavam interditadas por uma espécie de “ninguém entra ninguém sai" decretado pelo Regente, desesperado, os membros do grupo — os protagonistas de O arquivo dos sonhos perdidos — fazem um trato com o militar responsável pela segurança da cidade: ajudar, como puderem, na solução do mistério, e, após isso, serem liberados para prosseguir com a viagem.

Obviamente, as coisas não se resolvem tão facilmente; o clima na cidade é denso, pesado — e não estou me referindo somente às condições climáticas... ainda que seja de se esperar que, numa cidade em que não se vê o Sol, as emoções se concentrem na porção negativa do espectro. Além disso, o protagonismo dessa vez não é centrado em Jess Laguna, o “ponto de vista central" de OAdSP; acompanhamos a narrativa da investigação mais sob os olhos e ações de Roy MacNamara, o enorme maori, e seu novo aliado, o decurião Maurillion.

Mas, Rahmati, eu preciso ter lido O arquivo dos sonhos perdidos para ler My shadow plan? Não :D

Aliás, esse conto é uma excelente porta de entrada para o mundo de Acqua, que é onde se passam ambas as aventuras, e serve como uma boa avaliação, tanto do meu estilo de escrita quanto do universo da trama — e por uma fração do preço e do tempo de leitura que você gastaria no romance :)