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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Uma safra de grandes autores nacionais


Quem me conhece sabe que eu sou um grande entusiasta da literatura fantástica nacional, e, para quem não me conhece, muito prazer, esse sou eu.

Falo bem da produção nacional para quem quiser ouvir (às vezes até para quem não quer), e sempre posto coisas boas relativas a eles, sempre pensando em como posso fazer minha pequena parte para que eles atinjam um público maior. Sei que meu alcance ainda é pequeno, mas nunca poderão me julgar — eu nunca poderei me julgar — de não ter feito a minha parte.

Assim sendo, vou listar os grandes livros que li desses cada vez melhores autores nacionais. Vai que o você se interessa pelo título, pela sinopse ou pelas resenhas no Skoob, linkadas em cada título, e dá um apoio a mais para nossos autores...?

Os melhores livros, então, que li, seja nos gêneros de ficção fantástica (FF), ficção científica (FC) e terror/horror (TH) são:

  • Dezoito de Escorpião, de Alexey Dodsworth. Só o melhor livro de FC nacional, simples assim. Alterações genéticas, mistérios, ciência a nível hard, gatos desequilibrados, assassinos seriais e vilas misteriosas onde as sombras não mostram exatamente o que deveriam mostrar...
  • Filhos do fim do mundo, de Fábio Barreto. Uma ótima FF. Num belo dia (ou nem tão belo assim), todas as crianças recém-nascidas do mundo morrem, e as que estão nascendo não sobrevivem. Poderia um simples jornalista fazer algo para ajudar — algo que não fosse apenas ficar parado vendo os outros agirem...?
  • Menino de asas, de Homero Homem. Aposto que dessa FF muita gente se lembra, da coleção Vagalume. Uma história tocante de uma criança que nasceu com asas ao invés de braços, e os surpreendentemente sérios desdobramentos que isso acarreta em sua vida.
  • O vampiro que descobriu o Brasil, de Ivan Jaf. FF que mostra um vampiro português que veio junto aos "descobridores" do Brasil, procurando o imortal que o transformou para matá-lo e retomar sua mortalidade. Muito legal mesmo.
  • Rio 2054: Os filhos da revolução, de Jorge Lourenço. Outra excelente FC, aventuresca, futurista e realmente encantadora, mostrando um jovem da ala desfavorecida do Rio, enquanto ele descobre uma androide especial, habilidades que ele não esperava ter... e a quantidade de pessoas que passam a querer usá-lo por isso.
  • O inimigo do mundo, de Leonel Caldela. Escolhi esse livro para falar ao invés do mais famoso dele (O código élfico) porque, na minha humilde opinião, é o melhor livro de FF já escrito no Brasil. É a introdução mais perfeita ao mundo de Arton, mostrando o que causou a tempestade mortal e infernal chamada de Tormenta, que assola (e destrói) meio mundo, muitos anos antes das aventuras mostradas nos quadrinhos de Holy Avenger.
  • Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva. Uma ótima FF, vitoriosa em um tempo em que essas histórias não faziam sucesso no Brasil. Três amigos têm a sorte (ou o azar) de escapar de um cataclismo global que mata...? — não se pode dizer, apenas parece paralisar... ou congelar... — todas as outras pessoas do mundo.
  • Anjo: A face do mal, de Nelson Magrini. Uma aventura de FF, puxada para o TH, onde forças do bem e do mal (e de todas as religiões/frentes que se pode imaginar) se confrontam de uma vez por todas... ou não. Muito legal mesmo.
  • Dragões de éter: Caçadores de bruxas, de Raphael Draccon. Essa FF não precisa nem apresentar. Uma ótima — e surpreendente — releitura dos contos de fadas, e de muito mais do que isso... Um mundo onde tudo o que um dia foi sonhado está presente.








sábado, 15 de novembro de 2014

Um trecho marcante de Roberto Bolaño


A menção a Trakl fez Amalfitano pensar, enquanto dava uma aula de forma totalmente automática, numa farmácia que ficava perto de sua casa em Barcelona e a que costumava ir quando precisava de um remédio para Rosa. Um dos balconistas era um farmacêutico quase adolescente, extremamente magro e de óculos grandes, que de noite, quando a farmácia estava de plantão, sempre lia um livro. Uma noite Amalfitano perguntou a ele, para dizer alguma coisa enquanto o jovem procurava nas prateleiras, de que livros gostava e que livro era o que estava lendo naquele momento. O farmacêutico respondeu, sem se virar, que gostava de livros do tipo A metamorfose, Bartleby, Um coração simples, Um conto de Natal. Depois disse que estava lendo Bonequinha de luxo, de Capote. Sem considerar que Um coração simples e Um conto de Natal eram, como o nome deste último indicavam, contos e não livros, era revelador o gosto daquele jovem farmacêutico ilustrado, que talvez em outra vida tenha sido Trakl ou que nesta talvez ainda lhe estivesse reservado escrever poemas tão desesperados quanto seu distante colega austríaco, que preferia claramente, sem discussão, a obra menor à maior. Escolhia A metamorfose em vez de O processo, escolhia Bartleby em vez de Moby Dick, escolhia Um coração simples em vez de Bouvard e Pécuchet, e Um conto de Natal em vez de Um conto de duas cidades ou de As aventuras do sr. Pickwick. Que triste paradoxo, pensou Amalfitano. Nem mais os farmacêuticos ilustrados se atrevem a grandes obras, imperfeitas, torrenciais, as que abrem caminhos no desconhecido. Escolhem os exercícios perfeitos dos grandes mestres. Ou o que dá na mesma: querem ver os grandes mestres em sessões de treino de esgrima, mas não querem saber dos combates de verdade, nos quais os grandes mestres lutam contra aquilo, esse aquilo que atemoriza a todos nós, esse aquilo que acovarda e põe na defensiva, e há sangue e ferimentos mortais e fetidez.

Roberto Bolaño - 2666, 2004


terça-feira, 11 de novembro de 2014

A Torre Negra vol. 1: O pistoleiro, de Stephen King


O volume 1 d'A Torre Negra me surpreendeu, de verdade. Talvez influenciado pela introdução do próprio Stephen King, eu tenha imaginado que, sim, a série fosse excelente, isso seria inegável, mas que o primeiro volume não fosse assim lá essas coisas... E como eu me enganei.

Após, de fato, a leitura de Christine, eu pude mesmo perceber, de acordo com o que ele fala na introdução, que sua escrita ainda não havia atingido o "nível Stephen King" a que estamos acostumados — e, curiosamente, percebe-se a melhoria desse estilo no decorrer do próprio livro, como também percebemos em obras trabalhadas por muito tempo de autores iniciantes. Os adjetivos e advérbios, abundantes de início, aos poucos vão sumindo, e a obra se torna mais precisa, mais concisa, mais direta. Não sei se por causa desse estranhamento no estilo eu tenha reforçado a impressão inicial de que O pistoleiro valesse apenas como uma introdução mesmo à Torre, mas, realmente, no final do livro, ele mostra a que veio e que, sim, ele se sustenta como um ótimo livro por si só. O diálogo final (não posso dizer entre quem) é pouca coisa menos que arrebatador, encantador, épico. Por ele se percebe que terão realmente valor todos os 33 anos gastos por King em escrever a série, e que valeria a pena, inclusive, esperar mais 33 anos para terminar de lê-la. Ainda bem que não precisamos, hehe.

N'O pistoleiro, podemos ver a Torre se erguendo, não rumo aos céus, mas rumo ao Universo, assim como podemos perceber que a jornada de Roland será, provavelmente, uma das coisas mais recompensadoras que poderemos encontrar na literatura deste nosso pequeno mundo de grão de areia.


««««/5

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Desenhos #5


Um desenho que eu gosto muito, antigo também, como todos aqui o são... Já faz muito tempo que não pratico...