Pesquisando sobre a literatura fantástica portuguesa, deparei-me com esse artigo, falando sobre a procura de histórias para adaptação para curtas e longas metragens. Daí, clicando nos links para os contos escolhidos, cheguei a esse fantástico texto de Bruno Martins Soares, chamado O nome do rei. É incrível como, em poucas linhas, ele conseguiu transferir a mim, leitor, toda a melancolia intencionalmente incutida no texto — e, a meu exclusivo ver, também intrínseca ao povo português. Assim, gostaria de compartilhar um excerto desse maravilhoso conto:
“Mas a morte do rei fez‑me sentir este vazio. Afonso era a História, eram os milhares de anos de sangue luso, era Portugal. E durante breves momentos, durante uns minutos em que reinou sobre todos nós, Portugal foi bonito de novo, foi grande ainda que pequeno, foi um passo para o futuro.
Agora, olho para a lista negra no guardanapo e faço um grande esforço por conter uma lágrima. Afonso morreu. Tudo o que resta é o vazio. Tudo o que resta é uma herança que nunca vai ser honrada. Um dever que nunca será cumprido. Portugal voltará a ser Portugal. Esta amálgama de pequenos portugueses a suspirarem uns pelos outros. De novo abandonados à sua... à nossa sorte... Sozinhos...”
Bruno M Soares - O nome do rei
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