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quinta-feira, 23 de março de 2017

#OPodcastÉDelas — Priscilla Rúbia

~Texto da escritora convidada Priscilla Rúbia, podcaster dos programas CabulosoCast e Perdidos na Estante, em apoio à campanha #OPodcastÉDelas, integrada por diversos produtores de conteúdo para a internet — como podcasters, bloggers e vloggers — nesse mês de março de 2017.~




Fui descobrir o mundo dos podcasts quando resolvi usar a internet ao meu favor e procurar sites que falavam sobre o meu maior hobby: a leitura. Para minha surpresa, a internet estava lotada de blogs literários. Mas gostaria de ir além; gostaria de conversar sobre o hobby com outras pessoas apaixonadas; então, a grande felicidade foi descobrir o podcast.

Depois de muito comentar em um deles, o CabulosoCast, fui convidada a participar do mesmo. Eu! O que eu poderia acrescentar, o que eu poderia falar que outros já não tinham falado? Eu não sabia, na época, mas o convite seria de muita importância e mudaria meu mundo. Eu entraria em contato com muitas pessoas interessantes e faria os melhores amigos. Eu poderia escrever, outro hobby que preciso praticar mais. Mas, por mais que em toda a minha vida eu tenha ouvido coisas que me fizeram me sentir menor por ser mulher, ainda é estranho e chocante o quanto minha opinião pode ser considerada lixo por causa do meu gênero.

Para algumas pessoas isso é o tal vitimismo — #mimimi —, mas quando um homem expõe uma opinião e as pessoas não concordam com ela, elas dizem que não concordam. Num caso extremo, o xingam de incompetente. Se é uma mulher a expor a opinião, e essa opinião for recebida negativamente, procuram primeiro saber como é a aparência dela, porque pelo jeito isso vale muito quando temos uma autora em vez de um autor.

Tudo isso faz com que muitas mulheres fiquem fora desse mundo de criador de conteúdo, de ser podcaster. É melhor ler em casa e escutar sobre o livro sem falar muito. Usar um nome falso para comentar, talvez. Um nome masculino, claro, como J. K. Rowling fez.

Depois de ser podcaster eu passei a admirar, cada vez mais, as mulheres que criam conteúdos e expõem suas opiniões. Porque não é fácil, não mesmo. Por isso a quantidade de homens ainda é maior na podosfera. E acontece, frequentemente, de eles quererem mudar esse número, convidando mulheres para participar de programas — mas acabam não deixando–a falar, interrompendo–a com frequência, só colocando o nome dela na chamada do programa pra mostrar que “aqui não, aqui a gente chama mulher, amamos todas elas!”…

Porém, se você, mana, é criadora de conteúdo, ou talvez pensa em ser, se gostaria de escrever sobre aquele livro/mangá/HQ que gostou muito ou que talvez tenha odiado, se quer participar de um podcast ou talvez criar o seu podcast, só tenho a dizer: vá em frente. Não vai ser fácil, mas se você pensar que irá incentivar outras mulheres a fazer o mesmo, já vale a pena. Quando uma mulher ouve outra em um podcast, dizendo sua opinião ou ainda acrescentando conteúdo no assusto discutido, é maravilhoso. Aquela mulher que participa, que fala, que escreve, talvez não saiba, mas muda a vida de muitas mulheres e as incentiva. Bom, a minha mudou. E sendo podcaster e escrevendo — escrevendo esse texto —, espero que mude de alguma forma a sua também.

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