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domingo, 5 de novembro de 2017

Antologia Mitografias vol. 1: Mitos modernos!


E finalmente saiu a primeira antologia de contos do site Mitografias, a Mitos modernos, onde saiu um conto meu e que eu tive o prazer de revisar :)


A proposta dos organizadores — o Leonardo Tremeschin, criador do site Mitografias; o Andriolli Costa, do site Colecionador de Sacis; e o Lucas Rafael Ferraz, da revista Trasgo e do site Leitor Cabuloso — foi abordar mitos clássicos, de quaisquer mitologias, em roupagem atual, nas cidades, no nosso mundo contemporâneo. Claro que, uma vez que meu mundo de fantasia (apresentado em O arquivo dos sonhos perdidos e mais esmiuçado nos contos Noturno deserto, Lugar nenhum e My shadow plan) é basicamente isso, não perdi tempo em enviar um conto para o site organizador. Meu conto foi aprovado e meu prazer só foi maior porque o Lucas, que conhece meu trabalho, conversou com o pessoal do Mitografias e acharam por bem me convidar para ser o revisor da obra. Espero ter feito um bom trabalho :)

Vou aproveitar e fazer, então, uma breve apresentação sobre cada um dos contos.

Calada, de Isa Prospero
Este é um conto policial que se passa na Itália. Muito bem escrito, muito bem desenvolvido e com um timing excelente. Quando fiquei sabendo que foi a primeira coisa publicada da autora, fiquei bobo. Tem muito futuro! Na trama, corpos começam a aparecer, e as mortes claramente foram causadas por alguma coisa muito incomum — até mesmo para a detetive Carmina Sordi, que investiga unicamente esse tipo de coisa. Calada foi uma excelente escolha para abrir a coletânea.

Mãe de fogo, de Bruno Leandro
Um conto de fantasia, onde nos é apresentado um mundo com mestres de magia e pupilos, realidades paralelas e lugares fora do tempo. O personagem principal é Inácio Flores, que está aprendendo melhor os detalhes de tudo que o cerca.

Coração dedo–duro, de Romeu Martins
Um conto de fantasia, mas também de comédia. Bem curto, mas bastante divertido, atualizando de maneira inteligente e criativa um mito bem antigo :)

Sinfonia da saudade, de Jana P Bianchi
Tenho dificuldade em dizer se este é ou não o melhor conto da coletânea. É realmente muito bom. Conta a fantástica história de Akil e de Januário; como eles se conhecem e se ajudam. É uma história sobre memória, sobre saudades e sobre a amizade. Jana Bianchi mandou realmente muito bem aqui, e depois de ter lido o livro dela pela Dame Blanche, o Lobo de rua, percebo que ela está se tornando uma das melhores autoras de fantasia dessa nova geração.

Sem cabeça, de Andriolli Costa
O primeiro conto dos organizadores da coletânea, e felizmente vemos que eles não estão aqui por nepotismo, haha. Nesse conto, também de fantasia, somos apresentados ao divertido padre Ignácio, que vem investigar o evento conhecido como O massacre de São João del Rei, e bagunçar as coisas por ali, hehe. A mitologia brasileira é muito bem representada, e a crítica social é muito pertinente.

Ponte para o acreditar, de Paulo Teixeira
Praticamente uma fábula, esse conto apresenta uma família bem diferente e amorosa — Megan e Carmen, e sua filha Bianca —, e sua trama mostra como essa família foi formada, superando todas as dificuldades e preconceitos. Apesar de parecer uma história no passado, na realidade se passa no futuro, e isso dá um nó legal no cérebro, haha.

E tudo vai ficar pior, de… eu :)
Esse é o meu conto — para variar, de fantasia. Acho que era inevitável a maioria dos contos serem deste gênero, em se tratando de uma coletânea de mitologias reimaginadas. Enfim. Meu conto é passado em Acqua, a versão da Terra apresentada no meu romance O arquivo dos sonhos perdidos. Pode ou não ter relação com aquela história, mas isso não faz diferença aqui. Acabou sendo o maior conto da coletânea, e tive a felicidade de ter sido selecionado antes de ter sido convidado para revisar o livro :) Espero que gostem.

No olho do furacão, de Cassiano Rodka
O conto mais curto da coletânea e, apesar da temática, não é, de fato, um conto de fantasia. Tem uma pegada meio Deuses americanos, e sua atmosfera é muito bem construída, bem noir e marcante.

Esculturas perfeitas, de Leonardo Tremeschin
Outro conto de outro dos organizadores. Apesar de não ser “escritor de nascença”, o autor cria uma história muito interessante, que surpreende e inverte papéis numa mitologia que poderia ter sido aproveitada de maneira bem mais convencional — e felizmente não foi :)

O voo das deusas–pássaro, de Ana Lúcia Merege
Outro forte concorrente a melhor da coletânea. A autora utiliza muitíssimo bem o discurso indireto livre, e tem um estilo totalmente consolidado. Tenho até dificuldade em falar dessas narrativas boas sem abundar em adjetivos e advérbios, haha. O conto — outro que tem carinha de fábula — conta a história do casal Riad e Ana Maria, que estão com dificuldades de engravidar. É, na verdade, um conto sobre o amor e a compreensão.

A proclamadora (ou uma história sobre cactos), de Alessandra Barcelar
Esse é um conto… diferente. A autora tem um estilo todo próprio, e sua prosa é altamente poética. O tema “mitologia” aparece aqui de forma fortemente figurada, e não estou certo sobre meus sentimentos sobre ele, hehe. (O Lucas me advertiu, quando da revisão: talvez haja um conto que não seja bem o seu estilo :P) Gostei dele, mas ainda não sei bem por quê.

Gerente de sinistros, de Lucas Rafael Ferraz
Outro conto policial (e do terceiro dos organizadores), mas dessa vez o protagonista não é um policial — é um investigador sobrenatural, Constantino, que acaba envolvido com algo bem maior do que ele esperava. O conto, escrito no presente como tempo verbal, gera uma ótima sensação de imersão na investigação.

Como vencer o Minotauro, de Saulo Moraes
O segundo conto de comédia da coletânea — e outro que atualiza de maneira muito divertida uma mitologia clássica bem conhecida. Aliás, que a subverte totalmente, haha. O personagem principal é o principal concorrente do personagem do título, numa acirrada competição de… stand–up comedy.

Intermitências, de Michel Peres
E eis o terceiro concorrente a melhor conto, e o único conto de ficção científica. Michel Peres é, aliás, um autor que está se destacando bastante nesse gênero (compensa demais, inclusive, ler o conto dele que saiu no Leitor Cabuloso). No formato de entradas de um blog, o conto tem um quê de terror, gerando um estranhamento bem desconfortável — mais uma vez, ponto para o autor.


Então é isso. Foi um prazer revisar e fazer parte dessa coletânea, e espero fazer novamente os dois papéis se houver um “volume 2”. Recomendo — desnecessário dizer, até — fortemente o download do e–book, neste link, e espero que todos gostem tanto do resultado quanto eu gostei.



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