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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Picta Mundi, de Gleice Couto


Picta Mundi, da autora Gleice Couto, chamou a minha atenção desde o primeiro momento em que descobri sua existência, na bela e amada lista de e–books gratuitos da Amazon, hehe. Gostei da capa, do título, e, posteriormente, da sinopse. Vi que se tratava de uma história onde, por qualquer motivo, se era possível entrar nos mundos — ou nas realidades alternativas — dos quadros, das pinturas, e isso falou muito comigo, porque são duas coisas que eu curto bastante, realidades paralelas e óleo sobre tela.


Picta Mundi, como vocês já devem ter suspeitado, é uma obra independente. Faz tempo, contudo, que isso deixou de ter, para mim, algum significado além do óbvio — o de não ter uma editora. Atualmente, muitos escritores (eu arriscaria dizer a maioria) estão tomando cuidado com suas “edições do autor", procurando revisores, leitores beta, leitores críticos e capistas, e isso reflete em obras como essa. Aqui, a diagramação é muito boa, os capítulos iniciam com um desenho de uma pena, a revisão do português está ótima, enfim; o trabalho é melhor que, inclusive, o de algumas editoras por aí. Mas e a trama?

Trata-se, também, de uma história young adult. Nela, acompanhamos, no começo, Letícia e Daniel, alunos do colégio Dippel, que se encontram na diretoria para receberem suas detenções. A escola é de alto nível, e ambos parecem não se encaixar muito bem naqueles padrões. Logo percebem que têm algo em comum: ambos perderam pessoas próximas. Daniel perdeu seu irmão, Felipe, desaparecido, e Letícia seu pai, Raul, que morreu em condições incertas. A vida de ambos desandou a partir desses eventos. No entanto... Daniel diz a Letícia que as coisas não são bem assim. Felipe não desapareceu, na verdade, e está com o pai da menina em um mundo paralelo, acessado por meio de pinturas especiais. E precisa da ajuda dela para fugirem. (E, é óbvio, ela acha que ele tá muito doidão de dorgas.)

Enquanto a ideia é excelente — e criativa, porque não me lembro de muitas obras parecidas —, a execução é, para mim, vale frisar, “apenas" boa. Entendam: o livro é bem escrito, não há falhas na trama nem na continuidade, nada realmente que desabone. A autora conduz muito bem a história e os personagens. Contudo... meu problema é com o “estilo" young adult. Parece que não consigo me conectar muito bem... É curioso, porque nem é por qualquer bobeira do tipo “ah, as situações são inverossímeis", ou “os personagens são inseguros", ou “não gosto de adolescentes"; é que, nessas obras, eu meio que sinto como se estivesse assistindo a um “filme de Sessão da Tarde", se vocês entendem o que quero dizer com essa referência. Não estou dizendo sobre esse livro, mas me parece, ao ler uma obra desse gênero, que os protagonistas não vão realmente correr algum risco, sabe? Que eles vão sim conseguir o que querem no final, então parece que não consigo me conectar com os personagens. Certamente o problema é meu.

Para quem ama, entretanto, o gênero YA — e são muitas pessoas —, certamente vai adorar o Picta Mundi. Criativo, bem executado, bem escrito, e com personagens muito bem construídos, humanos até dizer chega. A protagonista, inclusive, chega a irritar de tanta humanice, haha. Vale a pena demais ;)

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