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terça-feira, 27 de maio de 2014

Bioshock: Rapture, de John Shirley



Um livro onde a personagem principal, pode-se dizer, é a cidade.

Bioshock: Rapture foi o segundo livro baseado num game que li, e valeu tanto a pena quanto o primeiro, que foi Marés de guerra, do universo World of Warcraft. Enquanto no outro vemos uma fração da extensa história daquele mundo, neste, de autoria de John Shirley, vemos o início de tudo – como o magnata Andrew Ryan surtou com a ordem do mundo da década de 40 e decidiu usar toda a sua fortuna para criar uma cidade submarina sem religião, sem restrições éticas e sem controle do mercado.

E é óbvio que isso ia dar merda.

Ryan chama grandes mentes da época – em especial aqueles insatisfeitos – e os convida para Rapture, a sua cidade. Artistas incompreendidos, cientistas limitados pela ética e… todos aqueles nem tão geniais assim, mas que sentem falta de uma chance de crescer. Naturalmente, todo tipo de gente, já que Ryan não julga ninguém pelos padrões superficiais – em ambos os sentidos – da famigerada ética.

Dentre os convocados, estão dois dos outros personagens centrais da trama - Bill McDonagh e Frank Gorland, perfeitamente opostos em suas convicções e personalidades, e capazes de gerar admiração por diferentes razões, um pelo caráter e o outro pela astúcia. É uma pena que ambas geralmente não andam juntas, especialmente em Rapture.

Agora quanto ao livro em si: É uma história perfeitamente compreensível e se sustenta tranquilamente sem se conhecer o game - uma prova disso sou eu, que nunca o havia jogado, e sequer sabia sobre o que se tratava, além do que é dito na sinopse da 4.ª capa. Cheguei a esse livro por uma resenha, que dizia que, a despeito de ser baseado num jogo, era um ótimo livro de ficção científica - e foi exatamente isso o que constatei.

John Shirley é um bom escritor, já foi ganhador do prêmio Bram Stoker e corroteirista de O Corvo. Ele consegue dar ao livro o tom por ele desejado em cada momento - os em que você pensa "vai dar merda" e os que te deixam assustadiço e atento a qualquer barulhinho ao seu redor. A única ressalva que faço quanto aos elogios, e que me fez demorar um pouco para concluir a leitura, é a maneira como ele conduz a história: olhando de cima, mostrando sempre um panorama geral da cidade - e por isso eu disse que ela podia ser considerada o personagem principal -, sem realmente definir um indivíduo com o qual eu me identificasse mais... intimamente, digamos.

Mas, enfim - Bioshock: Rapture é um bom livro, criativo e inovador, e é mais que recomendado. Tomara que mais jogos memoráveis gerem livros que sigam o exemplo desse. Fico imaginando - ainda que a possibilidade seja praticamente inexistente - de um romance de The legend of Zelda: Ocarina of time, enfocando a vida pregressa de Ganondorf... =)

Desça até Rapture por uma batisfera do farol, e seja, junto com todos os seus habitantes, um mero expectador de sua tragédia anunciada, que mostra fielmente o que acontece quando apenas uma pessoa tem o poder completo em suas mãos.





«««/5

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