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quinta-feira, 8 de maio de 2014

WOW: Marés de guerra, de Christie Golden



Cheguei ao romance World of Warcraft: Marés de guerra, da escritora Christie Golden, meio que por tabela, quando fui à livraria, na verdade, comprar o romance de Bioshock. Não sem algum receio —ao contrário do outro, do qual já tinha lido bons comentários— acabei comprando–o por causa do atendente, que me disse se tratar de uma história independente, mesmo que pertencente a uma extensa série de livros baseados nessa franquia. Quando cheguei em casa, fui ao Skoob ler alguma coisa sobre ele (esqueci de dizer que fui atraído por esse, ao invés dos outros, pelo desenho da capa, muito bonito, e pelo título interessante). Li muita coisa negativa, onde diziam se tratar exclusivamente de um livro para quem já conhecia o jogo.

E ambas as informações estão erradas, a do atendente e a do resenhista.

De fato, o livro não necessita da prévia leitura dos outros. Contudo, também não é independente. Contraditório? Na verdade, não. Não há um início ou um fim estabelecidos na obra, mas qual romance realmente acompanha o protagonista desde seu nascimento até sua morte? Existe um ponto onde a história deve começar a ser contada, em detrimento de outros pontos, como diz Graham Greene em seu Fim de caso — assim como há um ponto onde ela deve parar de ser contada.

A história de World of Warcraft é muito extensa, realmente criativa e inventiva e não merece qualquer tratamento pejorativo por ter sido contada primeiramente pela mídia gamística. Não deve nada a nenhuma outra fantasia literária — e é até muito mais interessante do que várias por aí. A escritora têm pleno domínio da linguagem escrita, tem muitas publicações nas costas — romances de Warcraft, Starcraft, Diablo, Star trek e Star wars. Ainda há algo a se duvidar acerca de sua capacidade?

Complementarmente ao que já foi dito, vem a questão de a obra poder ou não ser devidamente apreciada por um não jogador da franquia. Realmente, você não vai acompanhar tudo… se for uma ameba. Existem centenas de milhares de "páginas" de história pregressa aos eventos narrados na trilogia O senhor dos anéis, e isso a transforma numa obra ininteligível? Claro que não, porque seu escritor nos detalha esses eventos passados durante a obra — exatamente o que faz Christie Golden por aqui. Mesmo os personagens que têm seus próprios romances enquanto protagonistas são perfeitamente delineados aqui —como Kalecgos e Thrall—, tornando desnecessária a leitura de quaisquer outros romances para a compreensão desse.

Existem ainda as pessoas que têm preconceito contra escritoras do gênero feminino, ainda mais quando a protagonista é uma mulher, mas aqui, nessas Marés de guerra, a maga Jaina Proudmore existe em plena igualdade com quaisquer outros personagens, sejam eles homens, orcs, trolls ou dragões — sem machismo ou feminismo, numa igualdade que realmente nos faz imergir num mundo onde isso não faz a menor diferença para definir o caráter ou a força de alguém.


5/5

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