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domingo, 7 de agosto de 2016

Relendo Harry Potter - Livros 1 a 3


A primeira vez que li a saga de Harry Potter foi na minha adolescência, ainda que um pouco atrasado em relação à febre mundial — devo ter lido o primeiro livro lá pelos meus 14 anos. Li até o 4.º livro direto, e até então tinha visto somente o 1.º filme. A partir daí a coisa desandou. Nunca tive acesso ao 5.º livro e ganhei de presente o 6.º, então o li sem saber direito o que tinha acontecido no anterior, e aí passei a acompanhar somente os filmes. Vi o final da saga nos cinemas, e assim sempre fiquei com aquele gostinho de "falta algo" — mesmo porque eu, um colecionador de livros (ao menos dos livros que eu gostei), só tinha 1 único livro.

Foi quando eu vi o box da edição de colecionador da Rocco num sebo daqui de Sorocaba. Pensei muito pouco sobre o assunto: troquei lá 90% dos meus CDs originais de rock e metal pela linda caixinha.



E então decidi reler toda a saga, na ordem certinha, sem pular nada — e, dessa vez, com olhos críticos, e atento às falhas que porventura encontrasse. À essa altura, as surpresas já não deveriam ofuscar os defeitos. De fato, eu esperava, na releitura, já batendo nos 30 anos de idade, perceber como realmente os primeiros livros seriam exclusivamente para deleite de adolescentes.

Já comecei errado.

Harry Potter e a pedra filosofal se revelou até melhor na releitura. Sei que gostei da primeira leitura, apesar de isso fazer muitos anos já, mas o brilho da história criada pela J K Rowling só aumentou, para mim. É realmente incrível o que ela fez ali. Pegou elementos folclóricos já conhecidos e deu a eles uma cara muito própria. Criou personagens com bastante personalidade, desde os protagonistas até os secundários (e mesmo os "figurantes"). Não sei dizer se o mérito é da própria autora — porque nunca a li em inglês — ou da tradução, mas o estilo de escrita é muito agradável; não há excesso de adjetivação, não tem aquela mania irritante de só escrever com frases curtas, e não subestima o público-alvo — supostamente por volta dos 11 anos — com construções frasais bobas. Inclusive, ao longo da série, é muito interessante ver como os temas vão ficando mais sérios e assuntos mais pesados vão sendo abordados. A trama desse primeiro livro é muito divertida; bastante coisa do universo bruxo é apresentada e nada parece gratuito, mesmo vendo com os olhos de quem já conhece o fim da saga. O plot twist do final é bem fundamentado, e realmente deixa o gostinho de "quero mais".

O problema é que a sequência, Harry Potter e a câmara secreta, para mim, é o livro (e o filme) mais chato de todos. Existe sempre a brincadeira de que, quando a primeira obra de um artista é muito boa, as expectativas da segunda são exageradas — e, consequentemente, a pressão sobre o artista é maior. Não sei se a J K sofreu desse mal, mas parece que sim. Ainda que sejamos apresentados a novos personagens — um deles o interessante elfo doméstico Dobby —, o livro resolva algumas pontas do anterior e o clima seja tão aventuresco quanto o de A pedra filosofal, o final me desagrada um tanto. Há quem diga que não foi um deus ex machina, mas para mim foi, aquele lance da fênix. Ainda bem que as coisas melhoram daqui para frente.

Porque Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban se confirmou, nessa releitura, o livro que mais gosto entre todos os que li, e provavelmente o melhor filme (dá um páreo duro com o filme do Enigma do príncipe). Nesse livro, a trama fica mais séria — e, por que não dizer?, mais adulta —; novos elementos são apresentados, ampliando o mundo dos bruxos para fora de Hogwarts; e a trama é a melhor dos três livros, com bastante surpresas para o final. Além disso, nesse livro entra um dos personagens mais queridos pelos fãs, o Sirius Black. E, com ele, vem, pela primeira vez solidamente, o grande vilão da série. É nítido também a melhoria constante na escrita da autora, que, até aqui, demonstra total controle da trama e do que quer causar em termos de sentimento nos leitores.

Como nesse post falei de uma vez sobre os 3 primeiros livros, não achei legal detalhar muito cada um deles; contudo, a partir de agora — já que os livros ficam cada vez mais grossos —, vou fazer um post comentando sobre cada um, e, então, entrar mais nos detalhes, inclusive voltando nos anteriores quando for o caso.

Já comecei, inclusive, o 4.º livro, com a certeza de que todo esse tempo de leitura, que eu poderia estar dedicando a coisas novas, não será de forma nenhuma perdido.

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